O mau uso dos antibióticos é considerado um risco para a saúde mundial, e o consumo excessivo aumenta a resistência a determinados tipos de medicamentos. Com o objetivo de instruir as pessoas a terem ainda mais cuidado com a saúde, nesta segunda-feira, (16), a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou a Semana Mundial para o Bom Uso dos Antibióticos.

Em 2010, entrou em vigor a resolução que regulamenta as farmácias a apenas fornecerem antibióticos mediante prescrição médica, a qual tem validade de dez dias. De acordo com o farmacêutico Ediberto de Oliveira Machado, a resistência aos antibióticos sempre existiu, mas, devido ao uso indiscriminado dos medicamentos, surgiu a ideia de criar uma legislação que garantisse o consumo racional.

O profissional explica que os micro-organismos, assim como os seres vivos, também criam defesas. Estas recebem o nome de resistência bacteriana. 'Já existem alguns antibióticos que não produzem mais o efeito desejado, porque os micro-organismos já criaram defesas', complementa. Antibióticos para combater problemas respiratórios, sinusite, dor de garganta, por exemplo, são os que, nos últimos anos, não fazem mais o efeito esperado.

Para ele, a resistência é um grande risco para a saúde da população, porque, daqui a alguns anos, pode ocorrer da ciência se deparar com bactérias multirresistentes e, para combatê-las, não existir antibióticos eficazes o suficiente. A população deve observar sempre o horário de consumir a medicação e o tempo de duração do tratamento. 'Isto é o grande problema. Hoje os farmacêuticos não têm uma grande preocupação com os antibióticos, porque esses as farmácias não vendem sem ter receita. A grande preocupação passa a ser o uso incorreto da medicação', comenta.

Machado explica que, muitas vezes, quando já existe um alívio nos sintomas, o paciente abandona o tratamento sem o antibiótico terminar de matar e controlar todos os micro-organismos presentes no processo infeccioso. 'Aquele pequeno número de micro-organismos que ainda estão presentes começam a se multiplicar e gerar uma reinfecção', complementa. Com isso, a pessoa toma os medicamentos de novo e, aos poucos, os micro-organismos criam uma resistência.

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