03 de dezembro de 2015
Níveis virais de águas olímpicas estão próximos ao de um esgoto, diz estudo da AP
Os níveis virais de dejetos humanos nas águas onde ocorrerão parte dos eventos olímpicos estão próximos ao observado em um esgoto bruto, contaminação que representa riscos para a saúde dos atletas e das pessoas que entrarem em contato com a água. O estudo elaborado pelo virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale do Brasil, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, foi encomendado pela agência de notícias Associated Press.
No teste viral, não foi encontrado local seguro de água propícia às competições esportivas de natação, velas ou remo. Foram coletadas 37 amostras de alguns pontos da capital fluminense, como a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Praia de Copacabana e a Marina da Glória. A análise concluiu a presença de três tipos de adenovírus humano, de rotavírus, de enterovírus e também de coliformes fecais.
Fernando Spilki disse que os locais analisados foram escolhidos de acordo com os pontos de saída e chegada de provas olímpicas, conforme informado pelo Comitê Organizador Rio 2016. Segundo o professor, outros pontos foram escolhidos para observar a disseminação dos agentes infecciosos para dentro do corpo hídrico do ambiente.
“ A conclusão é de uma contaminação fecal muito grande. No Rio, é agravado pelo fato de haver um grande contingente populacional, acumulado num espaço pequeno com pouquíssimo tratamento de esgoto, inclusive comparado a outras grandes cidades do mundo. Efetivamente, essas águas, seja por ingerir, seja por atividades atléticas ou e esportivas, oferecem risco. Isso não quer dizer que as pessoas vão entrar na água e vão ficar doentes.” disse Fernando Spilki.
Saiba mais.