16 de maio de 2016
Pesquisa recomenda inclusão da febre Q no diagnóstico diferencial da dengue
Causada pela bactéria Coxiella burnetii, a doença, ainda pouco conhecida no país, a febre Q , é transmitida ao homem pela inalação de partículas contaminadas do ar ou pelo contato com o leite, fezes, urina, muco vaginal ou sêmen de gado, ovelhas, cabras e outros mamíferos domésticos, incluindo cães e gatos, quando infectados, o que associa sua ocorrência sobretudo a ambientes com características rurais.
A pesquisa, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi conduzida por Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, e Maria Angélica Mares-Guia, e publicada na American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. No estudo, elas observaram a presença de C. burnetii em nove pacientes durante um surto da doença em Itaboraí, município do Rio de Janeiro que possui atividades econômicas relacionadas à agricultura e à pecuária. Foi lá que o Laboratório detectou, em 2008, o primeiro caso confirmado por meio de analise molecular no país. Além do Rio de Janeiro, casos de febre Q já foram confirmados em Minas Gerais e São Paulo.
“Por ser uma zoonose complexa e ter poucos casos registrados, a febre Q ainda é muito negligenciada. Recomenda-se utilizar botas e equipamentos de proteção para o manejo com os animais e separá-los dos outros, caso apresentem alguma doença. Leite e produtos lácteos sempre devem ser pasteurizados”, comenta Elba. “Vamos continuar levando mais informação sobre a bactéria e a zoonose e realizar mais trabalhos de vigilância, para que possamos localizar regiões onde a C. burnetii é circulante”, conclui Maria Angélica.
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