A UNICEF anunciou hoje, 29, que uma vacina contra o vírus zika deverá estar disponível em 2018 e que Cabo Verde será um dos países prioritários onde será aplicada.

"Já temos reservado a compra da vacina contra o zika. Esperamos que as primeiras provas possam ser em 2018 e, obviamente, Cabo Verde vai ser um dos lugares prioritários para a sua implementação", anunciou, na cidade da Praia, o conselheiro global do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Koenraad Vanormelingen.

Koenraad Vanormelingen falava aos jornalistas no final de uma visita de quatro dias a Cabo Verde para conhecer as iniciativas do país em matéria de resposta à epidemia de zika.

O representante das Nações Unidas informou ainda que a UNICEF, agência que compra o maior número de vacinas no mundo, particularmente para os países em desenvolvimento, está a desenvolver um teste rápido, idêntico ao que se aplica para a malária e para a Sida, que em cinco minutos pode-se saber se a pessoa tem a doença ou não.

"Além disso vai ser tanto para dengue, chikungunya e, se calhar, também para a febre-amarela", prosseguiu, prevendo que o teste seja adotado a partir de 2017. Koenraad Vanormelingen garantiu também que Cabo Verde vai ser um dos países onde o teste rápido vai começar a ser aplicado. Cabo Verde é um dos 60 países infectados pelo vírus do zika, tendo desde outubro último diagnosticado mais de 7.500 casos e, neste momento, contabiliza 13 casos de recém-nascidos com microcefalia associados ao vírus.

O vírus espalhou-se rapidamente pela América Latina, com um grande número de casos no Brasil, país mais afetado pela epidemia, com 1,5 milhões de casos registados, e que contabiliza 1.709 casos de microcefalia em recém-nascidos desde outubro do ano passado. O zika é um vírus transmitido pela picada do mosquito 'Aedes aegypti' e, por enquanto, não existe um tratamento ou uma vacina para a doença.

Há uma semana, uma universidade canadiana anunciou que irá realizar, "nos próximos dias", o primeiro teste no mundo em humanos de uma vacina contra o vírus.

A 28 de junho foi anunciado que uma vacina testada em ratos tinha sido bem-sucedida em proteger estes roedores infetados com o vírus.

No início deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a proliferação do zika como sendo uma emergência de saúde pública global após a doença ser associada à microcefalia, uma malformação congénita em recém-nascidos.

Fonte: Agência Lusa