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11 de agosto de 2016
Só metade das suspeitas de dengue é dengue mesmo, revela estudo, SP

Um estudo coordenado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), com apoio da Fapesp e parcialmente publicado no "Journal of Clinical Virology", sugere que os diagnósticos de dengue, zika e chikungunya estão muito imprecisos e podem estar distorcendo os dados oficiais da epidemia no Brasil.

A equipe, coordenada pelo professor Maurício Lacerda Nogueira, integrante da Rede zika, analisou por meio de testes moleculares amostras sanguíneas de 800 pacientes com suspeita de dengue, atendidos entre janeiro e agosto de 2016. O material foi fornecido pelo Hospital de Base da Famerp, e pela Secretaria de Saúde do município.

O diagnóstico inicial de suspeita de dengue foi feito a partir de sintomas clínicos e testes sorológicos. Mas apenas metade dos casos realmente era dengue. Mais de cem pacientes estavam com zika. Uma das amostras continha o vírus causador da febre chikungunya.
Nenhum dos três arbovírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti foi encontrado nas quase 300 amostras restantes, e os pesquisadores suspeitam que, na realidade, são casos de gripe ou outras viroses.

Esses resultados indicam que aquela divisão clássica que se costuma fazer entre os sintomas –associar conjuntivite ao zika e dor nas articulações ao chikungunya, por exemplo– serve apenas para dar aulas. Na prática, os sintomas se confundem
Maurício Lacerda Nogueira

"E também se confundem os resultados dos testes sorológicos atualmente usados na rotina dos laboratórios e serviços de emergência", completou o pesquisador.
Embora já tenham sido desenvolvidos novos métodos sorológicos capazes de diferenciar com precisão os anticorpos contra o vírus da zika e da dengue, ponderou o pesquisador, eles ainda estão restritos ao âmbito da pesquisa acadêmica.

As metodologias hoje disponíveis tanto na rede pública de saúde como nos laboratórios e hospitais particulares, segundo Nogueira, ainda podem dar um resultado falso-positivo de dengue nos casos de pacientes com zika, uma vez que os dois vírus são muito semelhantes.

"A única forma de ter certeza é por meio de testes moleculares, como o PCR em tempo real – bem mais caro que a sorologia. Os laboratórios de saúde pública, como o Instituto Adolfo Lutz, não conseguem oferecer esse tipo de exame para toda a população e acabam priorizando mulheres grávidas e pessoas com suspeita de Guillain-Barré (uma das complicações neurológicas da infecção pela zika)", acrescentou o pesquisador.

Saiba mais.

Secretaria de saúde
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