A ONU afirma que pelo menos 18 milhões de pessoas dos países da África Austral, incluindo Moçambique, necessitam de urgente ajuda alimentar urgente devido a seca que afecta a região, a pior das últimas décadas. A ONU acredita que um total de 40 milhões de africanos vai enfrentar, até inícios do próximo ano, níveis de insegurança alimentar, dos quais 18 milhões nos países da região da África Austral.

Chris Nikoi, director do Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas (PMA) para a região da África Austral, disse que “a ajuda” significa financiar e criar programas de assistência humanitária.

Afirmou que 70 por cento de africanos produzem para o seu imediato consumo e as secas afectaram as suas áreas de cultivo, acrescentando que “em África o grosso se alimenta do que produz”. “Queremos garantir que os bens das pessoas sejam protegidos, para que o pouco que têm não se esgote na totalidade”, sublinhou. Embora o fenómeno climático “El Nino”, a principal causa das piores secas nos últimos 35 anos, tenha enfraquecido, ainda é prematuro prever-se a queda das chuvas.

El Nino é um evento climático natural que ocorre no Oceano Pacífico, aquecendo suas águas e alterando a distribuição de calor e humidade em várias partes do globo. Muitos climatologistas acreditam que o “El Nino” possa estar relacionado com o inverno mais quente na região central dos Estados Unidos, secas na África e verões mais quentes na Europa. Estes efeitos ainda estão em processo de estudos. Em Moçambique, o “El Nino” está associado a seca durante o período mais chuvoso - janeiro a março. Este fenómeno também foi responsabilizado pela grave escassez de alimentos em grande parte das regiões sul e centro de Moçambique, em 2002, e pela grave seca que devastou o país, em 1992.Em Abril, Moçambique declarou um alerta vermelho institucional por um período de 90 dias, o estado de alerta mais elevado para desastres, nas províncias do sul e centro.

Fonte: Agencia de Informação de Moçambique.