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01 de setembro de 2016
Sobre vírus zika: larvas já contaminadas pelo vírus (transmissão transovariana)

Presença do vírus foi detectada nos ovos do Aedes . Análise agora é em relação à muriçoca.

Pesquisadores da Fiocruz Pernambuco tentam descobrir se, além do Aedes aegypti, a muriçoca também pode nascer com zika. A busca é identificar se as fêmeas do Culex (nome científico da muriçoca) podem passar o vírus pela via transovariana para a prole. Nesta semana, pesquisadores da Universidade do Texas, EUA, divulgaram no “American Journal of Tropical Medicine and Hygiene” experiências em laboratório que apontam que esse tipo de infecção da fêmea para os descendentes é possível na espécie Aedes.

A informação deu novo alerta sobre riscos de contágio humano pelo vetor e a necessidade de mais esforços para o controle. Além disso, pode explicar a velocidade da epidemia do zika no Brasil. No experimento norte-americano, os cientistas alimentaram os mosquitos com sangue infectado de zika e os Aedes botaram ovos uma semana depois.

Os pesquisadores então incubaram os ovos e criaram as larvas após a eclosão. Uma testagem posterior mostrou que um em cada 290 tinha o vírus. A transmissão é parecida com a já verificada para a dengue e a febre amarela. “A proporção pode parecer baixa, mas se considerarmos o número de Aedes aegypti em uma comunidade urbana tropical, o mais provável é que seja alto o suficiente para permitir que o vírus persista, inclusive após a morte dos mosquitos adultos infectados”, disse Robert Tesh, coautor do estudo.

Ele destacou ainda que inseticidas podem reduzir a transmissão, mas possivelmente não eliminarão o vírus. O estudo ainda chamou atenção para o fato de os ovos dos Aedes conseguirem sobreviver por até um ano e eclodirem depois aos milhares já carregando a doença.

Em Pernambuco, a pesquisadora da Fiocruz Constância Ayres afirmou que o estudo da Universidade do Texas só confirmou o que já se imaginava da transmissão transovariana do zika. Segundo ela, já havia relatos de machos infectados há alguns anos na África. Como os machos não se alimentam de sangue humano (hospedeiro do zika), a única possibilidade de contaminação seria o contágio congênito. “O impacto é que de fato isso (mosquito nascendo infectado) pode representar uma forma a mais de manutenção do vírus na natureza. Esses mosquitos mantêm o ciclo por algumas gerações, e pode favorecer o vírus se tornar endêmico”, disse.

Ela destacou que ainda é preciso conhecer melhor o mecanismo no ambiente silvestre e, principalmente, a capacidade desse mosquito que nasce infectado transmitir o vírus para as pessoas. Constância também informou que já está com a primeira geração de Aedes e Culex, proles de insetos infectados anteriormente, para testagens. Será possível assim, conhecer se a muriçoca também pode nascer infectada.

Saiba mais.

Secretaria de saúde
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