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02 de setembro de 2016
Estudo recomenda teste antes de vacinação para dengue; entenda os riscos

Estudo publicado na revista “Science” desta sexta-feira (2) indica que a vacina contra a dengue leva a um aumento de casos graves e hospitalizações em quem nunca teve a doença. Por isso, onde a incidência da dengue não é tão alta, os pesquisadores defendem que testes sejam feitos para detectar se a pessoa foi infectada antes da imunização.

A vacina é aprovada no Brasil, e o Estado do Paraná conta com uma campanha de vacinação em 30 cidades. Chamada Dengvaxia, ela é indicada para indivíduos de 9 anos a 45 anos. Esse limite de 9 anos é exatamente porque foram observadas reações nas crianças. Agora, os pesquisadores dos Estados Unidos e da Inglaterra sugerem que não é idade (como foi imaginado anteriormente) que causa o aumento nos casos graves, mas o não contato com vírus. Pelo menos, essa é a hipótese mais provável.

Explico. Existem quatro variações (sorotipos) do vírus da dengue. Quem é infectado, fica imunizado apenas contra aquele determinado sorotipo, podendo contrair a doença se contaminado pelos outros três. E a segunda infecção tende a ser mais grave.

Nas pesquisas com a vacina realizadas na América Latina e na Ásia, se verificou uma eficácia de 81,9% entre os participantes que já tinham tido dengue, enquanto a eficácia entre os que nunca tinham sido infectados foi de 52,5%. É como se a vacina agisse mais ampliando a imunidade pré existente de quem já teve dengue do que aumentando a proteção em quem nunca teve.

Também foi observado, nos testes feitos na Ásia, um aumento nos casos de hospitalização e dengue severa entre crianças de dois e cinco anos que tinham sido vacinadas. Uma possível explicação para essa consequência era o fato das crianças pequenas nunca terem tido dengue antes da vacina. Ao contrair a doença após a imunização, elas reagiam como se fosse uma "segunda infecção". Agora, os pesquisadores indicam que o risco de casos graves não está presente apenas entre crianças de menos de 9 anos, mas para toda a população na qual a maioria das pessoas nunca teve contato com a dengue.

Importa mais saber se a pessoa é soropositiva [se já foi infectada pelo vírus] do que saber a idade Isabel Rodríguez, pesquisadora da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA) . Entre os que já pegaram a doença e que tomaram a vacina, a probabilidade de hospitalização e dengue grave é 90% menor em comparação com vacinados que nunca tiveram dengue, segundo o estudo, feito com base em modelagens matemáticas a partir dos resultados dos testes clínicos da vacina.

Áreas com menos dengue devem ter maior cuidado. A OMS só recomenda a introdução da vacina em lugares em que 70% ou mais da população já teve dengue, e não indica a vacina onde esse número seja menor do que 50%. O raciocínio é simples. Em locais e grupos em que a grande maioria das pessoas já teve dengue, você provavelmente estará imunizando pessoas que já tiveram o vírus. Vale lembrar que muitas vezes o primeiro contágio por dengue é assintomático, e a pessoa não sabe se já teve a doença. Por isso, as estratégicas de vacinação levam em consideração os dados estatísticos, a chamada soroprevalência.

"Em locais com soroprevalência entre 30% e 50%, o impacto da vacinação é limitado, mas positivo em termos gerais", diz Neil Ferguson, pesquisador do Imperial College, de Londres. Ele explica que o número de casos de dengue leve é reduzido nessas situações. Contudo, para o pesquisador, o benefício ocorre "à custa do aumento do risco [de dengue severa] em quem nunca teve dengue".

Ferguson sugere que as consequências negativas da vacinação em grupos com baixa soroprevalência podem ser evitadas elevando-se a idade das crianças a serem vacinadas. Onde há, por exemplo, soroprevalência de 30%, "um aumento global nas hospitalizações por dengue pode ser evitado ao se vacinar crianças de 13 anos de idade, em vez de 9 anos de idade", afirma.

Saiba mais.

Secretaria de saúde
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