21 de setembro de 2016
Queda de cabelo é incluída entre sintomas da chikungunya
Corpo concentra energias para se recuperar e economiza em outras atividades, como o crescimento do cabelo.
O Ministério da Saúde incluiu a queda de cabelo entre os sintomas da chikungunya que podem aparecer depois da fase mais aguda da doença.
Faz três meses que os sintomas da chikungunya foram embora, mas o cabelo da dona Maria da Conceição não para de cair. “Ficou mais caindo, né? Ficou mais caindo ainda. Olha como é que eu estou, cabelo bem pouquinho, bem fininho. Quando eu tomo banho, cai muito”, afirmou a aposentada.
A queda de cabelo também levou a dona Maria José à dermatologista. “Fiquei muito preocupada. Todo mundo falava, os meus filhos falavam 'Mamãe, seu cabelo está caindo. Vai procurar um médico'”, disse a dona de casa.
A médica confirmou: foi mesmo a chikungunya que fez os cabelos caírem mais.
O problema é chamado de eflúvio telógeno, e pode ser provocado não só pela chikungunya, mas também por falta de vitaminas e até estresse. É que o corpo concentra as energias para se recuperar da doença e economiza em outras atividades, como o crescimento do cabelo. Os fios que estavam crescendo entram em uma espécie de repouso e, de dois a quatro meses depois da doença, ficam mais fracos e acabam caindo.
“É uma fase do ciclo que vai passar e os cabelos voltarão à normalidade na grande maioria dos casos”, disse a médica dermatologista Cláudia Ferraz.
O Ministério da Saúde incluiu a queda de cabelo na lista de sintomas da chikungunya e os médicos devem receber um protocolo com novas informações sobre os sintomas da doença até o ano que vem.
A cada dia que passa, os médicos têm percebido novas complicações causadas pela chikungunya que vão além dos sintomas iniciais. Em mais da metade dos casos, as dores fortes e inchaços nas articulações vão e voltam com frequência por mais de seis meses. E agora, quase um ano depois do começo da epidemia, alguns pacientes estão apresentando dificuldades de locomoção. As pernas ficam paralisadas e eles não conseguem nem andar.
“Algumas dessas lesões podem ser reversíveis, outras não, podem deixar sequelas em quadros neurológicos. E, é claro, além daqueles que podem ter uma forma muito grave e levando ao risco para o óbito”, explicou o médico Carlos Brito.
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