07 de outubro de 2016
Pesquisa mostra que duas em cada três pacientes foram responsáveis pela detecção: o corpo manda um recado
Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revela que duas em cada três mulheres com câncer de mama perceberam o nódulo por si próprias. Já 30% tiveram a doença identificada por meio de mamografias, e apenas em 3% dos casos foram profissionais de saúde que detectaram a suspeita. Do total de mulheres avaliadas, 37,8% foram diagnosticadas no estágio 2 da doença e 27,9%, no estágio 3. Os resultados foram divulgados ontem em evento seguido de debate promovido em parceria com o Extra.
Para a epidemiologista e coordenadora da pesquisa, Liz Almeida, os resultados mostram a importância de as mulheres estarem atentas a alterações na mama.
- Qualquer doença diagnosticada em fase avançada tem pouca chance de recuperação. O câncer de mama pode se desenvolver rápido. Qualquer sinal pode fazer com que a mulher chegue a tempo ao tratamento. Temos que pensar como se os olhos da mulher fossem também um exame de imagem (além da mamografia) - diz a médica.
Debate reuniu médicos e representantes da sociedade civil.
Outra pesquisa do Inca com 12.847 pacientes mostrou que o percentual de pacientes que permanecem vivas até cinco anos após o início do tratamento varia segundo o estágio do câncer no momento da detecção: 88,3% (estágio 1), 78,5% (estágio 2), 43% (estágio 3) e 7,9% (estágio 4).
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo de Freitas Jr, tem visão diferente dos dados. Para ele, a alta porcentagem de mulheres responsáveis pela suspeita indica que a realização de exames no SUS não é adequada: - Por não fazerem mamografia, as mulheres detectam o câncer pelo autoexame. A mamografia não funciona isoladamente e pode falhar. Ainda assim, é o único método que pode reduzir a mortalidade.
Fonte: Extra