19 de outubro de 2016
Seminário Internacional debate a proibição do amianto no Brasil
Encontros trazem panorama sobre a proibição do amianto no Brasil. Reconhecido pelo Senado Francês como a maior catástrofe sanitária do século XX, o Amianto foi pauta em Seminário Internacional nos dias 06 e 07 de outubro em Campinas (SP). Realizado pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com o DIESAT (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho) e a ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), o encontro aconteceu para fomentar a discussão acerca do seu banimento que, segundo a Organização Mundial da Saúde, registra mais de 107 mil mortes por ano.
O amianto (também conhecido como asbesto) é uma fibra mineral usada principalmente pelo setor da construção civil em telhas e caixas d’água e, segundo o Juiz do Trabalho Dr. Guilherme Feliciano, tem mais de 3.400 aplicações no mundo e chegam a variar entre brinquedos, eletrodomésticos e peças automobilísticas. Ainda, há o amianto branco ou crisotila (uma variação da fibra), e é justamente essa que está presente em 80% a 90% dessas produções.
Autoridades da Itália, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil abordaram as temáticas econômicas, jurídicas, sociais e ambientais em um panorama mundial da produção de materiais com a fibra em suas composições. Hoje, a produção com amianto é proibida em 58 países, segundo Linda Reinsteim, líder das vítimas da fibra nos Estados Unidos. O primeiro país a banir o uso do asbesto em 1982 foi a Finlândia, seguido pela Itália em 1992, pela União Europeia em 1999. O Brasil é o terceiro maior exportador do mundo e, apesar do consenso global sobre os riscos para a saúde humana e ambiental pelo uso do amianto, o consumo continua elevado nos maiores consumidores em 2015: na Rússia (572.848 toneladas), China (477.264 toneladas), Índia (318.262 toneladas), Brasil (214.216 toneladas) e Indonésia (131.622 toneladas).
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