26 de outubro de 2016
O peso da poluição do ar, Alemanha
Exposição de longo prazo eleva os riscos de hipertensão tanto quanto estar fora de forma.
Viver em lugares com má qualidade do ar pode aumentar o risco de sofrer com a hipertensão tanto quanto estar com sobrepeso. A conclusão é de uma análise de dados de pouco mais de 41 mil participantes de sete grandes estudos de longo prazo, publicada hoje,25, no periódico científico "European Heart Journal". Nenhum participante tinha hipertensão quando do início dos estudos que fizeram parte, com durações que variaram entre cinco em nove anos. Ao fim dos períodos, no entanto, mais de 6,2 mil, ou cerca de 15%, tinham pressão alta.
De acordo com as análises dos cientistas responsáveis pelo levantamento, esta associação entre poluição e hipertensão é maior para o chamado MP 2,5, o material particulado em suspensão no ar mais "fino", com até 2,5 micrômetros (milésimos de milímetro) de diâmetro, considerado o potencialmente mais nocivo à saúde justamente por ser capaz de atingir regiões mais profundas dos pulmões.
Segundo os cálculos dos pesquisadores, entre os participantes dos sete estudos - moradores de cidades na Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha e Espanha - nenhuma exposição de longo prazo a um nível de poluição atmosférica com apenas cinco microgramas (milionésimo de grama) de MP 2,5 por metro cúbico de ar maior elevou em 22% as chances deles desenvolverem pressão alta. Ou seja: entre adultos da mesma idade, isto significa que mais um em cada cem dos que moram em áreas mais poluídas das cidades terão hipertensão quando comparados aos que vivem em regiões com menos poluição.
Fonte: Folhapress e O Globo