27 de outubro de 2016
Ceará confirma 1º caso de raiva humana em quatro anos
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) confirmou nesta terça-feira, 25, o primeiro caso de raiva humana no Ceará, após quatro anos sem registro da doença. O paciente é um agricultor de 37 anos, que foi mordido por um morcego no município de Iracema e depois internado no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza.
O último caso de raiva humana no Estado havia sido registrado em 2012, transmitido por um soim, em Jati. Agora, o resultado laboratorial do Instituto Pasteur deu positivo para o vírus da doença que circula em morcegos hematófagos.
De 2012 até setembro de 2016, a Sesa registrou 151.089 casos de agressões desses animais contra humanos. O agricultor foi agredido pelo morcego, no último dia 16 de setembro, enquanto dormia, conforme relato dele aos profissionais de saúde. Ele disse que foi mordido no pé esquerdo, matou o animal e depois fez o descarte da carcaça.
A raiva humana tem alta taxa de mortalidade, conforme a infectologista e diretora do hospital São José, Tânia Mara Coelho. "Ele chegou na última quinta-feira, e todo o procotolo do Ministério da Saúde está sendo seguido", disse ao O POVO Online.
Segundo a médica, o morcego é o principal transmissor da raiva no Brasil, mas o vírus também pode ser passado por mordida, lambida ou arranhão de cães, raposas, gatos e soins contaminados. " O paciente em questão poderia transmitir apenas se ele mordesse outra pessoa, pois o vírus não sobrevive muito no meio ambiente. Temos relatos de transmissão por transplantes de órgãos entre humanos, mas são raros”, detalhou.
Os primeiros sintomas das doenças, ainda de acordo com a médica, podem aparecer duas semanas após a picada ou arranhaduras dos animais contaminados. "É importante que a pessoa mordida procure imediatamente atendimento médico. No caso desse paciente de Iracema, ele não procurou assistência médica logo para tomar a vacina", explicou.
http://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2016/10/ceara-confirma-1-caso-de-raiva-humana-em-quatro-anos.html