13 de fevereiro de 2017
Febre amarela: SES realiza encontro sobre Vigilância de Epizootias no Rio de Janeiro
Diante do aumento no número de casos da doença no país, principalmente na Região Sudeste, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) intensificou a vigilância de febre amarela no estado. Isso inclui a intensificação da vigilância a pacientes com sintomas característicos da febre amarela, a vacinação de bloqueio que está sendo realizada em 21 municípios e a intensificação da vigilância de epizootias.
Epizootia é um conceito utilizado na saúde pública veterinária para qualificar a ocorrência de um determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não a morte. Fazendo uma analogia, epizootia seria o equivalente a uma epidemia em humanos. E para tratar especificamente de epizootias de febre amarela em primatas não humanos que a SES realizou nesta segunda-feira (13/2), no auditório do Hemorio, no Centro do Rio, um encontro com representantes das vigilâncias ambientais de 62 municípios.
“Foram convidados os municípios que têm área de mata e floresta. O objetivo e intensificar a vigilância, aproximando o trabalho das vigilâncias ambientais municipais e a vigilância dos parques e unidades de proteção. Nosso interesse é identificar macacos doentes e mortos e, para isso, é preciso um trabalho conjunto” explicou Mário Sérgio Ribeiro superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES.
Já havia sido realizada uma reunião com os coordenadores dos parques com o objetivo de tentar aproximar e fazer a articulação. “Precisamos definir qual o papel da Vigilância Ambiental neste processo e a proposta é sair daqui entendendo que a vigilância ambiental não pode ficar alheio à morte de primatas não humanos”, disse Mário Sérgio.
Na prática, isso significar aumentar a sensibilidade e a atenção para identificar como os animais estão se comportando neste momento e procurar por macacos doentes ou mortos. “Aumentar a sensibilidade estando atento a rumos de qualquer possibilidade de morte de primatas não humanos nas nossas matas”, completou o superintendente.
Entre as alterações de comportamento de um animal doente está se afastar do grupo, ficar mais no chão ou não conseguir subir muito alto. Mas é preciso ter em mente e deixar claro para a população que os macacos não representam risco. Ao contrário, eles são sentinelas. “Os macacos sinalizam o risco dando a vida por isso”, observou Mário Sérgio.
Segundo ele, a situação hoje é de alerta. O Rio de Janeiro esta cercado de estados que já registraram casos de zoopatias, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Este último, inclusive, registrou surto de zoopatias em áreas de Mata Atlântica próximas ao litoral.
Além disso, o Estado do Rio de Janeiro tem uma área densamente urbana, a terceira maior população do país e florestas inseridas na área urbana. O objetivo, portanto, é monitorar para definir ações que sejam necessárias. A vacinação é uma delas. Sendo identificadas zoopatias de febre amarela em determinado município ou região, a estratégia será vacinar a população local.
Confira aqui as apresentações feitas no encontro.
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