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Leptospirose é uma doença bacteriana infecciosa e febril aguda que afeta homens e animais (zoonose). A bactéria Leptospira spp. é o agente causador da doença e possui como reservatório, principalmente, os roedores (domésticos) das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). Ao se infectarem, não desenvolvem a doença e tornam-se portadores, albergando a leptospira nos rins e eliminando-a viva no meio ambiente, contaminando, desta forma, água, solo e alimentos. O Rattus norvegicus é o principal portador da Leptospira icterohaemorraghiae, uma das mais patogênicas para o homem.


Modo de transmissão

A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. A penetração do microrganismo se dá através da pele lesada ou das mucosas da boca, narinas e olhos. Pode também ocorrer através da pele íntegra quando imersa em água por longo tempo. O contato com água e lama contaminadas demonstra a importância do elo hídrico na transmissão da doença ao homem. Outras modalidades de transmissão são relatadas, porém com pouca frequência: contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, transmissão acidental em laboratórios e ingestão de água ou alimentos contaminados.


Sintomas

Clinicamente, a leptospirose pode se apresentar desde uma forma leve até casos mais graves, podendo iniciar com febre, cefaleia, dores musculares, anorexia, náuseas e vômitos. Infecção mais grave pode ocorrer, apresentando-se classicamente como uma “septicêmica” ou “leptospirêmica”, iniciam-se abruptamente com febre alta, calafrios, cefaleia intensa, dores musculares e prostração. As mialgias envolvem caracteristicamente os músculos das panturrilhas (batata das pernas). Podem ocorrer outros sintomas mais graves e evoluir como uma doença ictérica com disfunção renal, fenômenos hemorrágicos, alterações hemodinâmicas, cardíacas, pulmonares e de consciência (doença de Weil), com taxas de letalidade entre 10% e 40%.


Aparecimento dos sintomas

O período de incubação (desde a infecção até aparecimento dos sintomas) varia de 1 a 30 dias (média entre 7 e 14 dias).


Duração dos sintomas

Depende do tipo de bactéria envolvida e da resposta imune do hospedeiro, podendo durar em média de 4 a 7 dias. Pode haver um período de convalescência que dura de 1 a 2 meses, no qual podem persistir a febre, a cefaleia, as mialgias e mal-estar geral por alguns dias.


O que fazer em caso de sintomas

Procurar imediatamente atendimento médico, relatar todos os sintomas que está sentindo e quando eles começaram. Lembrando também de informar se teve contato com lama, água de enchente, esgoto ou acidente com roedor (rato) nos últimos 15 dias.


Prevenção


Cuidados com a água para consumo humano direto

Deve-se garantir a utilização de água potável, filtrada, fervida ou clorada para consumo humano. Se o domicílio for abastecido por sistema público e, no ponto de consumo (torneira, jarra, pote etc.), não for verificada a presença de cloro na quantidade recomendada (maior que 0,5 mg/l) ou se a água utilizada for proveniente de poço, cacimba, fonte, rio, riacho, açude, barreira etc., deve-se proceder à cloração no local utilizado para armazenamento (reservatório, tanque, tonel, jarra, etc.). Indica-se o uso de hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária


Limpeza da lama residual das enchentes

A lama das enchentes tem alto poder infectante e nestas ocasiões fica aderida a móveis, paredes e chão. Recomenda-se retirar essa lama (sempre se protegendo com luvas e botas de borracha) e lavar o local, desinfetando-o a seguir com solução de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) na seguinte proporção: para um balde de 20 litros de água adicionar 1 copo (200 ml) de água sanitária.


Limpeza de reservatórios domésticos de água (caixa d’água)

Nas enchentes, o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contaminado, mesmo quando não diretamente atingido pela água da enchente, pois a rede de distribuição pode apresentar vazamentos que permitem a entrada de água poluída. Para limpar e desinfetar o reservatório (caixa d’água) recomenda-se:

• Esvaziar a caixa d’água completamente e lavá-la esfregando bem as paredes e o fundo, retirando toda a sujeira utilizando pá, balde e panos. Não esquecer de usar botas e luvas de borracha;
• Depois de concluída a limpeza, colocar 1 litro de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) para cada 1 mil litros de água do reservatório;
• Abrir a entrada (registro ou torneira) para encher a caixa com água limpa;
• Após 30 minutos, abrir as torneiras da casa por alguns segundos, com vistas à entrada da água clorada na tubulação doméstica;
• Aguardar 1 hora e 30 minutos para que ocorra a desinfecção do reservatório e das canalizações;
• Abrir as torneiras, podendo aproveitar a água para limpeza em geral de chão e paredes.


Cuidados com alimentos

É fundamental que as ações de vigilância sanitária relativas à produção, armazenamento, transporte e conservação dos alimentos sejam continuadas. Os alimentos que entraram em contato com as águas de enchentes deverão ser descartados, pois é perigosa qualquer tentativa de reaproveitamento. O ideal, como prevenção, é armazená-los em locais elevados, acima do nível das águas.


Águas superficiais e esgotos

• Desassoreamento, limpeza e canalização de córregos;
• Emprego de técnicas de drenagem de águas livres supostamente contaminadas;
• Construção e manutenção permanente das galerias de águas pluviais e esgoto em áreas urbanas.

 

Relativas ao susceptível

• Medidas de proteção individual para trabalhadores ou indivíduos expostos ao risco, através do uso de equipamentos de proteção individual como luvas e botas.
• Redução do risco de exposição de ferimentos às águas/lama de enchentes ou outra situação de risco.
• Imunização de animais domésticos (cães, bovinos e suínos) com vacinas preparadas com sorovares prevalentes na região.


Última atualização em: 04 de abril de 2016
Secretaria de saúde
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