A leishmaniose visceral (LV) é considerada uma zoonose (doença de animais), que pode acometer o homem quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito, transformando-se em uma antropozoonose.
Modo de transmissão
No Brasil, a forma de transmissão é através da picada dos vetores (insetos flebotomíneos) L. longipalpis ou L. cruzi, infectados pelo protozoário Leishmania (L.) chagasi. Não ocorre transmissão direta da LV de pessoa a pessoa.
Sintomas
A fase aguda caracteriza-se por febre prolongada (até 4 semanas), palidez cutâneo-mucosa e aumento do baço, podendo haver também aumento do fígado. O estado geral do paciente está preservado, o baço geralmente está palpável até 5 cm do rebordo costal esquerdo. Frequentemente, esses pacientes apresentam-se ao serviço médico fazendo uso de antibióticos sem resposta clínica e muitas vezes com história de tosse e diarreia.
Fase crônica
Apresenta um quadro clínico arrastado, geralmente com mais de dois meses de evolução, na maioria das vezes associado a comprometimento do estado geral e aumento progressivo do tamanho do baço, e às vezes também do fígado, com palidez acentuada, fraqueza, predisposição a infecções (de pele, de pulmões, de urina) e sangramentos (de nariz e outros locais). Agravamento progressivo do quadro.
O que fazer em caso de sintomas
Procurar atendimento médico.
Prevenção
Medidas de prevenção dirigidas à população humana
- Medidas de proteção individual
Para evitar os riscos de transmissão, algumas medidas de proteção individual devem ser estimuladas, tais como: uso de mosquiteiro com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente pode ser encontrado.
Medidas de prevenção dirigidas ao vetor
O controle da transmissão urbana da LV é laborioso e de resultados nem sempre satisfatórios a partir de uma única aplicação residual de inseticida. Portanto, outras medidas mais permanentes são indicadas como o manejo ambiental, através da limpeza de quintais, terrenos e praças públicas, a fim de alterar as condições do meio ambiente que propiciem o estabelecimento de criadouros do vetor.
Medidas simples como limpeza urbana, eliminação dos resíduos sólidos orgânicos (restos de comida, lixo) e destino adequado dos mesmos, eliminação de fonte de umidade, não permanência de animais domésticos dentro de casa, entre outras, certamente contribuirão para evitar ou reduzir a ocorrência de LV.
Medidas de prevenção dirigidas à população canina
- Controle da população canina
Realização de esterilização (castração) gratuita como medida de controle da população canina, que é o reservatório da doença especialmente em áreas urbanas. Esta deverá ser realizada pelo município rotineiramente.
- Vacina antileishmaniose visceral canina
Não se recomenda a vacinação dos cães para leishmaniose visceral, por não se ter constatação de sua efetividade.
- Uso de telas em canis individuais ou coletivos
Os canis de residências e, principalmente, os canis de pet shop, clínicas veterinárias, abrigo de animais, hospitais veterinários e os que estão sob a administração pública devem obrigatoriamente utilizar telas do tipo malha fina, com objetivo de evitar a entrada dos insetos flebotomíneos e consequentemente a redução do seu contato com os cães.
- Coleiras Impregnadas com Deltametrina a 4%
Em condições experimentais, diversos trabalhos demonstraram a eficácia na utilização de coleiras impregnadas com deltametrina 4% como medida de proteção individual para os cães contra picadas de insetos flebotomíneos. Entretanto, para a sua adoção em programas de saúde pública, a fim de interromper o ciclo de transmissão doméstico, é necessária a implementação de estudos longitudinais que demonstrem sua efetividade como medida de controle.
Conteúdo exclusivo para profissionais de saúde:
Vigilância e controle
As estratégias de controle, até então utilizadas, estavam centradas e dirigidas verticalmente para o controle do reservatório canino (inquérito sorológico canino e eutanásia em cães sororreagentes), bem como para a aplicação de inseticidas, diagnóstico e tratamento adequado dos casos registrados. Entretanto, essas medidas, muitas vezes realizadas de forma isolada, não apresentaram efetividade para redução da incidência da doença, determinando a necessidade de reavaliação das ações propostas pelo Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV). Tendo em vista as dificuldades de controle da doença, a metodologia proposta para a vigilância e adoção de medidas, baseia-se em uma melhor definição das áreas de transmissão ou de risco. O novo enfoque é o de incorporar os estados e municípios silenciosos, ou seja, sem ocorrência de casos humanos ou caninos da doença, nas ações de vigilância da mesma, visando assim evitar ou minimizar os problemas referentes a este agravo em áreas sem transmissão. Nas áreas com transmissão de LV, após estratificação epidemiológica, as medidas de controle serão distintas e adequadas para cada área a ser trabalhada, entretanto, é de fundamental importância que as medidas usualmente empregadas no controle da doença sejam realizadas de forma integrada, para que possam ser efetivas.
Dados e documentos
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Fichas de notificação
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Arquivos para download:
Nota técnica: anfotericina
Documento do Ministério da Saúde sobre o medicamento anfotericina
Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral
Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde
Conteúdo exclusivo para gestores:
Vigilância e controle
As estratégias de controle, até então utilizadas, estavam centradas e dirigidas verticalmente para o controle do reservatório canino (inquérito sorológico canino e eutanásia em cães sororreagentes), bem como para a aplicação de inseticidas, diagnóstico e tratamento adequado dos casos registrados. Entretanto, essas medidas, muitas vezes realizadas de forma isolada, não apresentaram efetividade para redução da incidência da doença, determinando a necessidade de reavaliação das ações propostas pelo Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV). Tendo em vista as dificuldades de controle da doença, a metodologia proposta para a vigilância e adoção de medidas, baseia-se em uma melhor definição das áreas de transmissão ou de risco. O novo enfoque é o de incorporar os estados e municípios silenciosos, ou seja, sem ocorrência de casos humanos ou caninos da doença, nas ações de vigilância da mesma, visando assim evitar ou minimizar os problemas referentes a este agravo em áreas sem transmissão. Nas áreas com transmissão de LV, após estratificação epidemiológica, as medidas de controle serão distintas e adequadas para cada área a ser trabalhada, entretanto, é de fundamental importância que as medidas usualmente empregadas no controle da doença sejam realizadas de forma integrada, para que possam ser efetivas.
Arquivos para download:
Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral
Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde
Nota técnica: anfotericina
Documento do Ministério da Saúde sobre o medicamento anfotericina