Zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são susceptíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la. A doença apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre.
Modo de transmissão
A transmissão se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado,
principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir dai, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais doentes.
Sintomas
O paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delirios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir liquido, apresentando sialorreia intensa. Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e evolução para óbito. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia.
Aparecimento dos sintomas
É extremamente variável, desde dias até anos, com uma média de 45 dias, no ser humano, e de 10 dias a 2 meses, no cão.
Duração dos sintomas
O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é em geral de 5 a 7 dias.
O que fazer em caso de os sintomas
No Brasil, em 2008, foi confirmada raiva em um paciente do sexo masculino, de 15 anos, proveniente do município de Floresta, Pernambuco. A investigação demonstrou que o menino foi mordido por um morcego hematófago. Após suspeita clinica, foi iniciado o protocolo de Milwaukee adaptado a realidade brasileira, resultando no primeiro registro de cura de raiva humana no país.
A evolução do paciente para cura abriu perspectivas para tratamento de uma doença que, até o momento, era considerada letal. Foi elaborado o protocolo de tratamento de raiva humana, que deve ser adotado frente a casos suspeitos da doença e deve ser aplicado o mais precoce possível; assim e imprescindível que, ao suspeitar de raiva humana, o caso seja notificado de imediato a vigilâncias epidemiológica municipal, estadual e federal, para que sejam providenciados os exames laboratoriais e medicamentos necessários a condução do caso.
Esse protocolo consiste, basicamente, na indução de coma, uso de antivirais e reposição de enzimas, além da manutenção dos sinais vitais do paciente. Para mais informações entrar em contato com o Grupo Técnico da Raiva, da Coordenação de Vigilancia das Doenças Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, da SVS/MS.
Prevenção
A profilaxia pré ou pós-exposição ao vírus rábico deve ser adequadamente executada, sendo ainda a melhor maneira de prevenir a doença.