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01 de outubro de 2014
AIDS: diagnóstico precoce é aliado na prevenção e no controle da epidemia da doença

AIDS: diagnóstico precoce é aliado na prevenção e no controle da epidemia da doença

Em três décadas de epidemia de AIDS os dados cumulados entre 1980 a junho de 2013 indicam que foram notificados no Brasil 686.478 casos da doença. A estimativa é de que aproximadamente 718 mil pessoas vivam com o HIV no país, o que representa uma taxa de prevalência de 0,4% na população em geral. Embora a introdução da terapia antirretroviral tenha aumentado a sobrevida dos portadores de HIV – se manejada e tratada de maneira precoce e adequada a probabilidade de adoecimento e morte de pessoas vivendo com HIV/AIDS diminui muito – ainda há desafios a serem enfrentados.

“O controle medicamentoso da doença provocou, em algumas pessoas, a diminuição de cuidados preventivos. Jovens estão, mais do que nunca, na agenda. O desafio é informar e capacitar jovens das populações-chave a adotar atitudes que reduzam suas vulnerabilidades”, destaca Nelio Zuccaro, técnico da Gerência DST AIDS Sangue Hemoderivados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ). Nesta entrevista ele fala sobre o cenário da AIDS no Brasil, desafios em relação à prevenção e ao controle e a importância do diagnóstico precoce. Confira:

Rio Com Saúde: Qual é, atualmente, o maior desafio em relação à prevenção e ao controle da Aids?

Nelio Zuccaro: O índice de mortalidade por HIV no Brasil ainda é preocupante. Ainda não existe uma vacina totalmente eficaz nem um tratamento curativo para a AIDS. Atualmente, os esforços para o controle da epidemia de HIV/AIDS, no Brasil, estão focalizados no diagnóstico precoce da infecção e no tratamento imediato das pessoas vivendo com HIV AIDS. A queda da mortalidade depende do acesso aos tratamentos e ao diagnóstico precoce. Os tratamentos existentes se tornaram mais simples, mas nem todas as pessoas que necessitam de tratamento têm acesso rápido e imediato aos serviços de saúde e aos medicamentos.

As estratégias atuais caminham na direção da chamada prevenção combinada, ou seja: combinar estratégias clássicas de prevenção (uso contínuo de preservativos e redução de danos no uso de drogas) com estratégias biomédicas e comportamentais de prevenção (profilaxia pós exposição sexual, tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, tratamento antirretroviral como prevenção, escolha de parceiro sexual pela sorologia e acordos de relacionamento). Quanto mais precocemente as pessoas conhecerem o seu status sorológico melhor será o prognóstico para os soropositivos tratados tanto sob o ponto de vista da expectativa de vida quanto da sua qualidade.

RCS: Qual a importância de realizar o teste de HIV?

Nelio Zuccaro: O diagnóstico precoce traz: redução da transmissibilidade coletiva, mais tempo para trabalhar a adesão antes do início da TARV, início do tratamento antes de adoecer, melhor reconstituição imune e resposta terapêutica, maior sobrevida e melhor qualidade de vida, evita infecções oportunistas graves e menor custo-efetividade

RCS: Há estimativas de quantas pessoas são portadoras do HIV e não sabem? Em que isso impacta e combate e o controle da doença?

Nelio Zuccaro: Estima-se que 718.000 pessoas de 15 a 49 anos vivam com HIV/AIDS no Brasil. Dessas, em torno de 255 mil não sabem sua condição sorológica. Essa estimativa é muito importante, na medida em que ações estratégicas precisam ser constantemente empreendidas no sentido de ampliar a oferta de testagem, assim como desenvolver ações contínuas capazes de aumentar a retenção das pessoas soropositivas nos serviços assistenciais. Evidências científicas têm demonstrado que quanto maior o número de pessoas soropositivas em tratamento, com carga viral indetectável, menor será a transmissibilidade coletiva do vírus HIV.

RCS: Em sua opinião, o que faz com que as pessoas não façam o teste?

Nelio Zuccaro: Parte da população tem dificuldade de acesso a serviços de saúde, outra parte resiste em procurar, precocemente, os médicos. Algumas pessoas ainda não têm consciência do risco da infecção e muitas relatam medo do estigma, caso a infecção seja detectada.

RCS: Quem e quando deve fazer o teste?

Nelio Zuccaro: Qualquer pessoa que ainda não tenha feito nenhum teste, que manifeste o desejo de realizar o teste, ou que relate situações de risco acrescido para qualquer DST, incluindo o HIV. Além disso, o teste é indicado para pessoas que tenham feito sexo sem proteção com parceiros com sorologia desconhecida para o HIV, para parceiros de pessoas portadoras do HIV, para gestantes e para portadores de tuberculose.

Secretaria de saúde
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