04 de março de 2015
Dia Internacional da Mulher: médicas e enfermeiras que fizeram história
Da pesquisa ao atendimento, no tratamento ou na prevenção, as mulheres têm papel de destaque na promoção da Saúde. Para homenageá-las pelo Dia Internacional da Mulher, o Rio Com Saúde preparou ume especial contando a história de algumas delas. Mulheres pioneiras que, com força, dedicação e sensibilidade fizeram história. Confira!
A mulher e a Medicina
Embora as mulheres tenham tido, desde sempre, a tarefa de cuidar e proporcionar bem-estar àqueles que a cercavam – filhos e família –, o acesso ao ensino formal para exercer a profissão de médica não foi uma conquista fácil.
Na Idade Média, as Escolas de Salermo e de Paris já admitiam mulheres, conferindo-lhes o direito de exercer a profissão de cirurgiãs e parteiras, mas somente em 1754 Dorotea Erxleben obteve seu diploma na Universidade de Halle, na Alemanha, e se tornou a primeira mulher formada em Medicina.
No Brasil, a primeira mulher a obter o título foi Maria Augusta Generoso Estrela, que através de uma bolsa de estudos concedida pelo Imperador D. Pedro II estudou em Nova York, obtendo o diploma de médica em 1879. Neste mesmo ano uma reforma no ensino pelo Decreto nº 7.217, de 19 de abril, facultou o acesso de mulheres ao Ensino Superior.
Mesmo assim, foi em um lugar separado na sala de aula que Rita Lobato Velho Lopes frequentou, primeiro no Rio de Janeiro, depois na Bahia, a Faculdade de Medicina, até tornar-se a primeira médica formada no Brasil, em 1887.
Enfermagem
A Enfermagem surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos, mas foi o avanço da Medicina e na reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por esta reordenação que surgiu a Enfermagem moderna, mais próxima, mais ainda não como a conhecemos hoje em dia.
Com a predominância de doenças infectocontagiosas e a falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes a Enfermagem passa a atuar. Logo uma mulher se destaca: Florence Nightingale.
Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, Florence tinha o desejo de realizar-se como enfermeira. Para isso, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide trabalhar em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas. Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos no Hospital de Dublin, dirigido pela Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras.
Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da Criméia. Florence parte para Scutari com 38 voluntárias, entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação, mas Florence persiste e os soldados fazem dela o seu anjo da guarda. Durante a guerra contrai tifo, e ao retornar da Criméia, em 1856, passa a se dedicar a trabalhos intelectuais. Recebe um prêmio do governo inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem, a fundação de uma Escola de Enfermagem em 1959.
Anna Nery
No Brasil, a organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no período colonial e vai até o final do século XIX. No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. Esse progresso da Medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem. Mesmo assim, uma mulher se destaca, Anna Nery.
Viúva, Anna Nery vês seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, serem convocados a servir à pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) e não resiste à separação da família. Escreve, então, ao presidente da Província, colocando-se à disposição de sua pátria. Parte para os campos de batalha, improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome.
Prêmio Nobel
Médicas, enfermeiras e também cientistas. Na área de pesquisa as mulheres também conquistaram espaço e prêmio como o Nobel Prize of Medicine & Physiology. Gerty Cori foi a primeira mulher a receber o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1947, devido a seus estudos e publicações sobre Diabetes.
Após Gerty Cori, Rosalyn Yalow (1977), Barbara McClintock (1983), Rita Levi-Montalcini (1986), Gertrude B. Elion (1988), Christiane Nüsslein-Volhard (1995), Linda B. Buck (2004), Françoise Barré-Sinoussi (2008) e Elizabeth H. Blackburn e Carol W. Greider (2009) também receberam o prêmio.
Parabéns a elas e a todas as pesquisadoras, enfermeiras e médicas que fazem, a cada dia, a diferença em laboratórios, hospitais, clínicas e consultórios!
(Com informações do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira e da Academia Médica.)