06 de julho de 2015
Dengue, chikungunya e Zika: três doenças, um mesmo mosquito transmissor e uma única forma de combate, a prevenção
A dengue você certamente conhece. A doença já causou grandes epidemias no país e é uma preocupação constante para toda a sociedade. Mas e chikungunya e Zika vírus, você já ouviu falar? Talvez tenha ouvido falar, mas como são doenças que foram registradas mais recentemente por aqui, talvez você ainda não conheça tão bem.
A chikungunya, por exemplo, tinha transmissão autóctone – dentro do próprio território – somente em países da África e Ásia até 2013. No final de 2013 foi registrada a transmissão autóctone na região do Caribe e, em 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou a transmissão da doença também na Guiana Francesa, localizada na América do Sul. No Brasil, os primeiros casos, também registrados em 2014, foram importados.
Já o Zika vírus foi descoberto pela primeira vez em 1947, na floresta de Zika, em Uganda. Nas Américas, ele foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile, no Oceano Pacífico, apenas no início de 2014. Em abril de 2015 foi confirmada a circulação do vírus Zika no Brasil.
Embora sejam doenças diferentes, elas têm sintomas parecidos – a diferenciação é feita principalmente através da avaliação clínica – e um mesmo transmissor, o mosquito Aedes aegypti. Além disso, é igual, também, a forma de prevenção. Para prevenir tanto a dengue quanto a chykungunya e o vírus Zika é preciso evitar a proliferação do Aedes aegypti.
Como o transmissor das três doenças é um mosquito urbano, que tem hábitos domésticos, a maior parte de seus criadouros está dentro das residências. Por isso é importante que todos façam sua parte. Na prática, isso significa dedicar 10 minutos por semana para identificar e eliminar possíveis criadouros.
Apenas 10 minutos por semana pode parecer pouco, mas este intervalo é determinado pelo ciclo de vida do mosquito. Como este ciclo leva, do ovo até a fase adulta, cerca de 7 a 10 dias, se a verificação e eliminação dos criadouros – caixas d’água, galões, tonéis, vasos de plantas, calhas, garrafas, lixo e bandejas de ar-condicionado, entre outros – forem realizadas uma vez por semana, será possível evitar o nascimento de novos mosquitos.
Vale lembrar que isso deve fazer parte da rotina durante todo o ano. Mesmo que haja uma maior concentração de casos nos meses mais quentes, a dengue, a chikungunya e a zika não são doenças de uma única estação.
Os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver cerca de um ano em ambiente seco. Para a larva do mosquito eclodir é preciso que o ovo entre em contato com a água, mas se o local em que foi depositado não for eliminado, ele ficará ali esperando o momento propício para dar origem a um novo mosquito. Uma chuva fraca, por exemplo, poderá fazer a larva eclodir e trazer o perigo dessas doenças de volta.
Por isso, é fundamental manter e até mesmo intensificar as ações de prevenção durante o inverno. Inclusive porque hábitos não surgem da noite para o dia e, no combate à dengue, à chikungunya e à Zika, não tem jeito, a prevenção deve ser transformada em hábito e incorporada à rotina.