Perseverança e superação. Desde criança o médico José Corsino Filho precisou destes sentimentos para enfrentar os obstáculos que a vida impôs. Em 1946, aos 12 anos, ele ficou internado por 20 meses na Colônia Padre Damião, no interior de Minas Gerais, local específico para o tratamento de pessoas com hanseníase. Hoje, aos 81 anos, Corsino leva para as pessoas uma mensagem de otimismo através do livro “Eu estava lá”, que conta toda a sua trajetória de vida.

“Quis passar a mensagem de que não devemos desistir nunca do nosso objetivo. Tive a infância praticamente perdida, era a única criança internada e lá não havia nada, nem um aparelho de rádio para distrair. Me deitava pensando que estava tendo um grande pesadelo e, ao acordar, via que se tratava de uma dolorosa verdade”, conta.

Mesmo com todas as dificuldades, Corsino mudou-se para o Rio de Janeiro, e depois de passar pelo hospital Frei Antônio, em São Creistóvão e a ex colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá conseguiu estudar e se formar em medicina na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, atual UNIRIO. Atuou como perito do antigo INPS, foi professor assistente em duas faculdades e trabalhou no Centro Municipal de Saúde Augusto Amaral Peixoto, onde foi chefe do Serviço de Epidemiologia.

“Acredito que a escolha pela medicina teve a ver com o período em que estive em tratamento. Na época, a informação sobre a doença praticamente não existia”, explica Corsino. Para ele, a hanseníase é, ainda hoje, uma doença negligenciada e estigmatizada. Mas a história do ex-morador do centro de hanseníase que se tornou médico ajuda a derrubar preconceitos e informar.

Além do livro “Eu estava lá”, o filme de mesmo nome conta a história de Corsino. Os interessados podem adquirir os produtos na Cooperativa Cultural do Esperantistas ou com o próprio autor.

Cooperativa Cultural dos Esperantistas – Avenida 13 de Maio, 47/208 - Telefone: 2544-4314;
José Corsino Filho – e-mail: jcorsino@globo.com ou através do telefone 99991-7649