17 de dezembro de 2015
Dengue, chikungunya e zika: saiba o que é verdade e o que é mentira em relação às doenças
A dengue, certamente, é uma doença que todos conhecem. Ela já causou grandes epidemias no país e é uma preocupação constante para toda a sociedade. Recentemente outras doenças foram registradas por aqui, como chikungunya e zika. Os primeiros casos de chikungunya foram registrados no Brasil em 2014. Já o Zika vírus teve circulação confirmada no país este ano e passou a preocupar mais quando se constatou a relação dele com o aumento nos casos de microcefalia. A preocupação é natural, assim como a busca por informações sobre as doenças, mas é importante ter cuidado e buscar informações mais precisas, já que são muitos os boatos que circulam por aí. Confira, então, algumas das verdades e mentiras relacionadas à dengue, à chikungunya e ao Zika vírus!
Dengue, chikungunya e zika são transmitidas pelos mesmos vetores. VERDADE
As três doenças são transmitidas pelos mesmos mosquitos vetores, principalmente mosquitos do gênero Aedes.
Um hemograma pode identificar se a pessoa tem dengue, chikungunya ou zika. MENTIRA
Somente é possível saber com exatidão por testes laboratoriais específicos (detecção do vírus ou seus componentes) ou pela detecção de anticorpos. O exame de hemograma não serve para especificar qual dos três vírus é responsável pelos sintomas, ou se nenhum destes, mas é importante para ajudar na avaliação clinica do paciente e evolução do quadro. Não existe tratamento especifico para cada um dos vírus. A estratégia é o alivio dos sintomas e estar atento para os sinais de alarme de agravamento, principalmente nos casos mais sugestivos de dengue.
Os sintomas de dengue, chikungunya e zika são parecidos. VERDADE
As três doenças podem ser facilmente confundidas, com febre, manchas e dores pelo corpo. Sinais de sangramento ou marcas roxas na pele (petequias) entre outros geralmente são sinais de alerta para dengue. No caso da chikungunya, as dores nas articulações e juntas são mais comuns do que nas outras duas, podendo durar vários meses. A zika também pode vir com sintomas de dores e manchas vermelhas na pele (rash), mas geralmente a febre é mais baixa do que as outras duas, e é muito comum um quadro de conjuntivite associado à zika.
Não existe medicamento específico para combater ou prevenir estas doenças. VERDADE
Não existem medicamentos específicos para combater os vírus e também ainda não existem vacinas contra estas doenças. O tratamento é hidratação, medicamentos para os sintomas, analgésicos e antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico.
No caso da dengue, não há necessidade de vigiar os sinais da dengue após o período febril. MENTIRA
É um erro pensar que as complicações da dengue surgem somente durante o pico da febre. Muitas vezes, o período crítico coincide com a baixa da febre, quando pode ser constatada a hemoconcentração, com graves consequências clínicas. Posteriormente, podem aparecer dor abdominal, hipotensão arterial, taquicardia, pulso fino e rápido, cianose periférica e choque. São os chamados sinais de alarme.
Há relação entre vacinas e o Zika vírus. MENTIRA
As vacinas oferecidas pela rede pública de Saúde, como a de rubéola, coqueluche, difteria e tétano, são seguras. Não há evidências que comprovem a relação delas com microcefalia ou Zika vírus. As mensagens que circularam na internet associando o Zika vírus a qualquer tipo vacinação são boatos! E em nada cooperam com o combate à epidemia.
Está comprovado que existe transmissão do Zika vírus através de relações sexuais. MENTIRA
Até o momento não há evidências confirmadas de que as relações sexuais podem transmitir o Zika vírus.
Existe transmissão do Zika vírus na amamentação. MENTIRA
Não existe evidência de que a doença causada pelo Zika vírus possa ser transmitida no aleitamento materno.
Crianças e idosos podem possuir sintomas neurológicos relacionados ao Zika vírus. MENTIRA
Não há comprovação científica da relação de sintomas neurológicos com a infecção pelo Zika vírus. As complicações apenas aparecem em fetos e recém-nascidos.
Para matar os ovos do mosquito basta secar os reservatórios de água parada. MENTIRA
Não é apenas o simples ato de secar os reservatórios de água parada que irá impedir o mosquito de se reproduzir. É preciso limpar o local também, pois o ovo ainda pode ser manter viável por mais de um ano em local sem água.