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27 de janeiro de 2016
Zika vírus: pesquisadores da UFRJ testam métodos de tratamento


Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão estudando possíveis métodos naturais de tratamento para o zika vírus. Com o aumento dos casos da doença em todo o país, o assunto se tornou uma preocupação nacional, principalmente para as gestantes, já que o vírus pode ser transmitido da mãe para o bebê pela placenta. Em entrevista exclusiva para o portal Rio com Saúde, o vice-diretor do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Davis Ferreira, revelou detalhes sobre a pesquisa e de que forma a substância estudada poderá ser uma nova aliada no tratamento do zika vírus.

Rio com Saúde: Qual é a ideia central desta pesquisa? Que benefícios ela pode proporcionar para a sociedade?

Davis Ferreira: Devido à gravidade de nossa situação com o zika vírus envolvendo a microcefalia e outros problemas importantes, precisamos de uma solução rápida que venha amenizar a situação ou dar esperança para a população. Uma vacina, embora viável, será a longo prazo. Temos testado substâncias naturais in vitro em culturas de células que se mostram eficientes contra vírus similares ao zika vírus, como o vírus da dengue. A ideia é levar esta pesquisa para o próximo nível com máxima urgência. Por serem substâncias naturais, acreditamos ser mais rápida a liberação para utilização em humanos.

RCS: De que forma esta pesquisa foi realizada?

Davis Ferreira: A pesquisa envolve infecção em culturas de células de mamíferos e testes de toxicidade da substância e de inibição da replicação do vírus nestas células. Em alguns casos, inibimos quase 100% da replicação do vírus da dengue e da febre amarela, da mesma família do zika vírus.

RCS: Qual substância está sendo estudada? Ela servirá como prevenção ou tratamento?

Davis Ferreira: Ainda não podemos revelar a substância, para evitar uma corrida da população por um produto ainda com algumas questões chave para analisar, como segurança e concentração ideal de uso. Principalmente, porque o grupo de risco envolve gestantes.

RCS: A substância servirá para as três doenças – dengue, zika e chikungunya? Como ela será usada?

Davis Ferreira: A ideia é ingerir a substância em forma de cápsula, chá ou outra forma que ainda estamos estudando, e administrar em pessoas com sintomas destas doenças. Acreditamos que a substância irá diminuir a replicação viral nos indivíduos, assim como a fase da doença e a chance das manifestações mais graves ou complicadas das doenças. Também acreditamos que seja possível até prevenir a infecção do feto.

RCS: De maneira geral, quais são os objetivos da pesquisa?

Davis Ferreira: Nosso objetivo é ter algo rapidamente acessível para a população, acelerar as pesquisas que ainda faltam e, principalmente, avaliar a segurança em gestantes.

RCS: Há alguma previsão de quando o esta substância poderá ser disponibilizada para a população?

Davis Ferreira: Apesar de termos pressa, sabemos que existem etapas a serem cumpridas que envolvem, principalmente, segurança. Nossa ideia é resumir esforços para alguns meses. Vamos torcer!

RCS: As gestantes também poderão ser beneficiadas?

Davis Ferreira: Isto vai depender dos testes, mas acreditamos que sim. De qualquer forma, se tivermos um número menor de indivíduos com vírus circulando no sangue, teremos um número menor de mosquitos infectados circulando e protegeremos indiretamente as gestantes.

Secretaria de saúde
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