Quase 95 casos de câncer de mama para cada 100 mil mulheres no Estado do Rio de Janeiro. Em todo o país, cerca de 50 mil registros da doença por ano e aproximadamente 10 mil mortes. Os números assustam, mas é possível modificá-los com o diagnóstico precoce. Quando descoberta cedo, a doença tem chances de cura que chegam a 95%. Mas esta ainda não é a realidade. Atualmente, 40% dos tumores são descobertos quando já estão em estágio avançado.

“Por que se morre tanto por causa do câncer de mama? Porque em 40% dos casos o tumor é descoberto quando já está com 4, 5, 6 cm. Como para o tumor atingir 1cm demora de 8 a 10 anos, temos muito tempo para fazer o diagnóstico. Fazendo-o precocemente é possível diminuir em até 30% a mortalidade”, afirma Carlos Alberto Ruiz, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Para chamar a atenção das mulheres para a importância de cuidar das mamas, por meio da mamografia anual e da consulta ao mastologista – médico especializado no assunto –, a SBM lançou, nesta segunda-feira (28/5), em parceria com o Governo do Estado e com a Prefeitura do Rio, a campanha “Eu amo meus peitos”. “Quem ama cuida e quem cuida cura”, ressalta Carlos Alberto Ruiz.

“Estamos falando em salvar vidas e também em evitar mutilações”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes. Segundo ele, a parceria na campanha mostra o compromisso e o empenho da Secretaria de Estado de Saúde (SES) para mudar a situação atual. “É possível mudar e tenho certeza de que vamos avançar, ampliando o acesso ao diagnóstico e garantindo o acesso ao tratamento”, diz o secretário.

A campanha aposta na autoestima feminina. Como os seios são símbolo de beleza e sensualidade, uma provocação será lançada: para manter esses atributos é preciso ter peito e fazer exames regularmente. Mulheres comuns serão as estrelas da campanha, e para estimular o engajamento delas um hotsite publicará fotos de peitos produzidas pelas internautas. Além disso, na página no Facebook e no canal no Twitter será possível se informar e tirar dúvidas.

Fatores da doença

Além da faixa etária – a recomendação é que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos –, outros fatores estão relacionados ao surgimento do câncer de mama, como hereditariedade, alta densidade da mama e problemas associados ao ciclo reprodutivo da mulher. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos ou não ter filhos também são perfis que merecem atenção especial.

Outros motivos ligados ao estilo de vida também podem levar ao câncer. Neste caso, o alerta fica por conta de fatores como obesidade pós-menopausa, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, terapia de reposição hormonal e estresse. A adoção de hábitos saudáveis e a prática de exercício podem prevenir a doença. Segundo pesquisa do INCA, alimentação balanceada e prática de atividade física ajudam a reduzir em até 28% o risco de desenvolver câncer de mama.

Além disso, vale repetir a importância da realização da mamografia. Para detectar precocemente a doença, a SES ampliou a faixa etária recomendada para a realização do exame, incentivando que ele seja bienal acima dos 40 anos para pacientes com lesões não palpáveis. Para mulheres com histórico familiar de câncer, a recomendação é que elas recebam acompanhamento médico e façam mamografia anualmente a partir dos 35 anos.

Para participar da campanha “Eu amos meus peitos”, clique aqui.