Governo do Rio de Janeiro Rio Poupa Tempo na Web Governo Aberto RJ
Acessibilidade na Web  Aumentar letra    Diminuir letra    Letra normal
Home Fique por dentro Destaques Destaque
16 de fevereiro de 2016
Associação responsável por relatório sobre larvicida nega relação com microcefalia

Associação responsável por relatório sobre larvicida nega relação com microcefalia

No final da semana passada se espalhou pelas redes sociais a informação de que o uso de um larvicida usado no combate ao Aedes aegypti estaria relacionado ao aumento no número de registros de microcefalia no páis. No fim de semana o Ministério da Saúde divulgou nota esclarecendo que não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia e ontem (15/2) a entidade que fez o relatório que deu origem a informação declarou que foi mal interpretada e negou a ligação entre microcefalia e larvicida.

A informação sobre a relação do pyriproxifen com o aumento no número de casos de microcefalia surgiu em reportagens em inglês de blogs ambientalistas atribuíam a "médicos argentinos e brasileiros" a afirmação de que a substância, aprovada pela Anvisa, teria sido a causadora da má-formação em bebês. Os compartilhamentos nas redes sociais levaram a reportagens citando o "estudo argentino", na verdade um relatório da Rede Universitária de Ambiente e Saúde (Reduas) – uma associação de médicos e professores universitários contra agrotóxicos – que citava de maneira incorreta uma nota técnica da Abrasco sobre os métodos de combate ao mosquito que transmite o zika.

A Abrasco informou à BBC Brasil que não afirmou que pesticidas, larvicidas ou outros produtos químicos sejam responsáveis pelo aumento do número de casos de microcefalia, apenas declarou considerar perigoso que o controle do mosquito seja feito principalmente com larvicidas. A nota técnica divulgada pela Abrasco em seu site criticava o investimento do Ministério da Saúde em larvicidas potentes no combate ao Aedes aegypti e afirmava que eles podem comprometer a potabilidade da água armazenada pela população.

O pyriproxifen é usado, desde 2014, em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente. Não há artigos científicos que comprovem que o pyriproxifen possa causar malformações em humanos, nem em outros animais e vale destacar que Recife, cidade com o maior número de casos notificados e confirmados em Pernambuco, não usa o pyriproxifen e, sim, um larvicida biológico, o BTI.

Outros países

O relatório da associação argentina Reduas, que associava o larvicida pyriproxifen aos casos de microcefalia, dizia, também, que o zika vírus não causou más-formações em bebês em outros países. Mas, conforme destacou a reportagem da BBC Brasil, a Polinésia Francesa, que teve um surto do vírus em 2013 e 2014, registrou um aumento no número de casos de microcefalia e também da síndrome de Guillain-Barré, que vem sendo associada ao vírus no Brasil e em outros países latino-americanos.

Especificamente sobre a Colômbia, citada na nota da Reduas por já ter notificado mais de 3 mil mulheres grávidas com sintomas do zika vírus e nenhum caso da deformidade, o médico pernambucano Carlos Brito – pesquisador da Fiocruz de Pernambuco e o primeiro a chamar a atenção para uma possível associação entre zika e microcefalia – disse à BBC que é cedo para afirmar que o país vizinho não terá bebês afetados. Ele diz que é preciso avaliar dados e explica que o surgimento da microcefalia depende do momento da epidemia e não só da entrada do vírus num local.

Investigação

Embora ainda faltem respostas definitivas sobre o aumento no número de casos de microcefalia no Brasil, uma investigação científica rigorosa vem sendo feita desde que foi detectado o aumento de notificações em Pernambuco. Atualmente este trabalho conta com a participação da OMS e da Agência de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

(Com informações de BBC Brasil)

Secretaria de saúde
Links interessantes:
PET Rio sem fumo Rio imagem 10 minutos salvam vidas Xô, Zika !!