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28 de agosto de 2012
Esporotricose: saiba mais sobre a doença fúngica que pode ser transmitida por gatos

Esporotricose: saiba mais sobre a doença fúngica que pode ser transmitida por gatos

Esporotricose. O nome não é fácil, talvez você nunca tenha ouvido esta palavra, mas ela dá nome a uma doença que, ao contrário do que possa parecer, não é rara. Ao contrário, ela está entre as micoses subcutâneas mais frequentes no Brasil e estatísticas mostram que a partir do final da década de 1990 têm aumentado consideravelmente os casos registrados no Estado do Rio de Janeiro. Mas, afinal, o que é esporotricose?

“A esporotricose é uma doença causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Trata-se de uma micose zoonótica que infecta diferentes espécies de animais – gato, cão, rato, porco, cavalo, tatu e aves, entre outros – e também o ser humano. O fungo que causa esta doença está distribuído mundialmente e vive no solo, na terra, em folhas, madeiras e espinhos de roseiras, ou seja, em dejetos e matérias orgânicos no solo”, responde Paula Almeida, médica veterinária da Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

A transmissão ocorre através de uma lesão como, por exemplo, um arranhão – na manipulação de jardins e flores com espinhos ou no contato com animais – ou uma mordida – principalmente de gatos. Atualmente os gatos apresentam papel de destaque na transmissão da doença. Esta é, inclusive, uma das possíveis causas do aumento no número de doenças no estado. “O aumento pode estar relacionado a diversos fatores que vão desde uma maior sensibilidade e notificação de casos pelos profissionais de saúde e vigilâncias municipais, bem como ao maior contato entre pessoas e animais, em especial o gato”, diz, Paula.

“Nos felinos com esporotricose o número de micro-organismos encontrados nos tecidos e secreções é maior do que em outras espécies, o que aumenta o risco de transmissão. Por este motivo, nesta espécie a esporotricose apresenta um potencial zoonótico significante”, acrescenta Patrícia Meneguete, Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde e Saúde do Trabalhador da SES.

O papel do gato

O risco aumenta quando o animal vive em ambiente domiciliar, mas mantém contato com a natureza. O que não é incomum, já que gatos gostam de brincar na terra, justamente onde vive o fungo. “Felinos semidomiciliados estão propensos a inocular o fungo, que é encontrado no solo, matéria orgânica e em plantas. Além disso, podem se envolver em brigas, ocorrendo mordeduras e arranhaduras com outros felinos infectados. Por este motivo é aconselhável esterilizar (castrar) os gatos, para diminuir as fugas”, aconselha Patrícia.

Além disso, recomenda-se manipular os animais com cautela, em especial animais de rua que podem ser agressivos. “Sempre que possível fazer uso de equipamentos de proteção individual como luvas, por exemplo. Da mesma forma, pessoas que manipulam plantas e jardins devem se proteger com luvas e roupas de manga para evitar arranhões e traumas que possam inocular o fungo na pele”, orienta Paula.

Ela explica que os sinais clínicos da esporotricose geralmente envolvem o aparecimento de lesões na pele e tecido subcutâneo, acometendo o tecido linfático adjacente, de maneira que as lesões podem se distribuir acompanhando o caminho dos vasos linfáticos próximos. “Formas extracutâneas podem ocorrer (pulmonar, óssea), porém são mais raras. Vale lembrar que a doença ocorre em pessoas de todas as idades e sexo”, acrescenta.

Tratamento

O tratamento consiste no uso de medicamentos para matar o fungo, os antifúngicos. Na maioria das vezes a esporotricose é benigna e restrita à pele e mucosas. “Porém, há risco de sequelas que podem estar relacionadas a uma série de fatores como diagnóstico tardio, condições/resposta do hospedeiro, densidade do inoculo, entre outros. Um diagnóstico tardio pode resultar, por exemplo, na presença de cicatrizes mais profundas no local da lesão”, ressalta Paula.

Para os animais, o tratamento também é feito com antifúngicos. “Os sinais clínicos nos animais são semelhantes à doença no ser humano, ou seja, lesões características arredondadas, avermelhadas e levemente elevadas que podem evoluir para lesões ulceradas. Pelo comportamento de briga que os gatos possuem e usarem muito as patas para tal é comum o aparecimento dessas lesões no focinho e orelhas do animal. Assim como os seres humanos, os animais também podem e devem ser tratados”, ressalta Paula.

Por isso, é importante que os médicos, ao atenderem pessoas com leões suspeitas, levantem com o paciente o histórico de manipulação de jardins e solo e contato com gatos. “Lembrando que não é somente o animal doente que pode transmitir, bastando que o fungo esteja presente em suas unhas”, destaca Paula.

 


 

Secretaria de saúde
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