Se você associa o inverno e as temperaturas frias apenas ao aumento de casos de síndromes e doenças respiratórias, fique atento a outro problema, o infarto agudo do miocárdio. Acredita-se que em temperaturas abaixo de 14°C o número de infartos aumente de 13% a 30%. Isso acontece devido à resposta do organismo à manutenção da temperatura corporal, com consequente liberação de hormônios (da família da adrenalina), levando à diminuição do calibre dos vasos de sangue.

Mas, para entender melhor é preciso, primeiro, saber o que é exatamente o infarto agudo do miocárdio. O infarto é a interrupção parcial ou total do fluxo de sangue através das artérias (vasos sanguíneos) que irrigam o músculo do coração (miocárdio). Em decorrência disso, acontece a diminuição da oferta de oxigênio, levando à dor no peito e necrose (morte) de parte deste músculo. Na maioria das vezes é causado por uma ruptura de uma placa de gordura (colesterol – placa aterosclerótica), causando o fechamento da luz do vaso.

Mas, voltando às baixas temperaturas, o risco no inverno é maior para pacientes que já tenham doença das artérias (aterosclerose). Essa alteração pode levar a uma redução importante do fluxo de sangue nestes locais. Mas não é só! Outros fatores de risco estão relacionados a mudanças comportamentais nessa época do ano, tais como: redução da prática de atividade física regular, redução da ingestão de líquidos e aumento da ingestão de alimentos gordurosos.

Além disso, há uma teoria que associa o risco maior justamente com os aumentos de infecções, principalmente as respiratórias, como gripe, resfriado e pneumonia, que citamos no início do texto. Estas infecções levariam a uma inflamação dos vasos, causando uma ruptura de placa de colesterol e consequente coágulo no interior dos mesmos. Portanto, além de pacientes já portadores de doença aterosclerótica, o risco é maior, também, para a população idosa, mais propensa a infecções respiratórias.

Prevenção

Para tentar evitar o infarto é preciso ter hábitos de vida saudáveis. Alimentação balanceada, atividade física regular, boa qualidade de sono, diminuição do estresse e peso sob controle e não fumar são algumas das recomendações. Além disso, é importante ir ao médico regularmente. Isso não só reduz o risco de infarto como o de outras doenças.

Sintomas

Os sinais de um infarto agudo do miocárdio são variados, por isso é preciso estar atento a sinais como forte dor no peito, especialmente se houver características de ser um aperto e associadas a algum tipo de esforço físico e cansaço. Esta dor pode se estender para o braço (esquerdo, principalmente) ou mandíbula. Suor frio, náuseas e vômitos também costumam acompanhar o quadro de infarto. Diante disso é preciso procurar um médico para ser avaliado.