03 de outubro de 2016
Outubro rosa: conscientização e informação são fundamentais para o controle do câncer de mama
O segundo tipo de câncer que mais atinge as mulheres. Esta informação já mostra o quão sério é o câncer de mama, mas os números dão a dimensão do problema. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para o ano de 2016 foram estimados 57.960 casos novos, que representam uma taxa de incidência de 56,2 casos por 100 mil mulheres.
Por tudo isso, o controle do câncer de mama é hoje uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil. Para o controle do câncer de mama, destaca-se a importância de ações que ampliem o acesso à informação e a práticas preventivas. E se informação é importante, outubro também.
Outubro rosa
Você já deve ter ouvido falar do outubro rosa. Este é um movimento internacional que busca conscientizar sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama, assim como mostrar a luta e a superação de mulheres que já passaram ou que estão passando pelo tratamento. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama.
O Outubro Rosa foi concebido em 1997, nas cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia (EUA). O movimento se caracteriza por colorir de rosa – cor símbolo da luta contra o câncer de mama, ambientes de acesso público. A mobilização mundial, símbolo da luta contra o câncer de mama, foi trazida para o Brasil em 2008.
O câncer de mama
O câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. Em seu funcionamento normal, o corpo substituiu as células antigas por células novas e saudáveis, mas mutações genéticas podem alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e reprodução sob controle, produzindo células em excesso, formando o tumor.
Um tumor pode ser benigno (não perigoso para a saúde) ou maligno (tem o potencial de ser perigoso). Os benignos não são considerados cancerígenos: suas células têm aparência próxima do normal. Elas crescem lentamente e não invadem os tecidos vizinhos, nem se espalham para outras partes do corpo. Já os tumores malignos são cancerosos. Caso suas células não sejam controladas, podem crescer e invadir tecidos e órgãos vizinhos, eventualmente se espalhando para outras partes do corpo.
O câncer de mama é um tumor maligno que geralmente começa nas células do epitélio que reveste a camada mais interna do ducto mamário. Mais raramente, o câncer de mama pode começar em outros tecidos, tais como o adiposo e o fibroso da mama. Ele pode ser "in situ", aquele em que ainda não há risco de invasão e metástase, com chances de cura de aproximadamente 100%. Mesmo os tumores invasivos (quando invadem a membrana basal da célula) podem ser curados se o diagnóstico for estabelecido em fase precoce.
Prevenção
A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco conhecidos e à promoção de práticas e comportamentos considerados protetores. Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em sua maioria, modificáveis, mas há fatores como excesso de peso corporal, consumo de álcool e terapia de reposição hormonal, que podem, e devem, sem modificados.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, por meio da alimentação, nutrição, atividade física e gordura corporal adequados, é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama no Brasil. Como medidas que podem contribuir para a prevenção primária da doença, estimula-se, portanto, praticar atividade física regularmente, manter o peso corporal adequado, adotar uma alimentação mais saudável e evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcóolicas. Amamentar é também um fator protetor.
Detecção precoce
Como o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura, é muito importante que as mulheres, independentemente da idade, conheçam seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. Ao identificarem alterações suspeitas, devem procurar imediatamente um serviço de saúde para avaliação profissional. Além disso, é recomendado que a mulher faça exames de rotina de acordo com a sua idade.
No Brasil, as orientações são para que mulheres com idade entre 40 e 49 anos realizem o exame clínico da mama anualmente. Mulheres de 50 a 69 anos devem realizar exame clínico das mamas anualmente e mamografia a cada dois anos. Já mulheres com risco elevado para câncer de mama – caso de câncer de mama masculino na família; parente de primeiro grau que teve câncer de mama antes dos 50 anos; parente com câncer de mama bilateral, nas duas mamas, ou no ovário, em qualquer idade – devem conversar com o médico para avaliação do risco e decidir a conduta a ser adotada.