O Papilomavírus, mais conhecido pela sigla HPV, é um vírus capaz de infectar a pele ou as mucosas. Ele possui mais de 100 tipos e, deste total, pelo menos 13 podem contribuir para o surgimento do câncer. Dentre os HPV de alto risco, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. Estudos mundiais indicam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. No Brasil, cerca de 685 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus a cada ano.

O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, o 2º tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer indicam que, somente em 2013, surgirão 17.540 novos casos no país. O número de mortes causadas por este tipo de câncer também impressiona. Em todo o mundo, 270 mil mulheres morrem a cada ano por conta da doença. No Brasil ela é a 4ª causa de morte de mulheres por câncer, fazendo, em média, 4.800 vítimas fatais por ano.

Para mudar estes números o caminho é o da prevenção. O Ministério da Saúde anunciou esta semana que a vacina contra o HPV será incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do ano que vem. Serão vacinadas meninas de 10 e 11 anos. A faixa etária foi definida com base em estudos sobre o comportamento sexual – no Brasil, a idade mediana da primeira relação entre adolescentes de 15 a 19 anos é 13 anos –, já que a vacina tem eficácia comprovada para pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual e que, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

Mas a vacina não exclui as ações de prevenção, como o uso da camisinha e o exame Papanicolau. A recomendação, portanto, é que tantos as meninas que estejam na faixa etária definida como público-alvo para a vacinação, assim como todas as mulheres e homens com vida sexual ativa usem preservativo em todas as relações sexuais. Além disso, o Ministério da Saúde orienta que mulheres que tenham entre 25 e 64 anos façam o exame preventivo (Papanicolau) anualmente.

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