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07 de outubro de 2013
Profilaxia Pós-Exposição: entenda as medidas que podem reduzir a transmissão do HIV

Profilaxia Pós-Exposição: entenda as medidas que podem reduzir a transmissão do HIV
A PEP sexual (do inglês post-exposure prophylaxis), que em português significa Profilaxia Pós-Exposição, é uma medida preventiva que tem por objetivo reduzir o risco de transmissão do HIV, através do uso de medicamentos específicos até 72 horas após a relação sexual. Mas como é feita esta profilaxia? Qualquer pessoa pode se submeter a ela? Há contra-indicações? Para responder a estas e outras questões relacionadas à PEP Sexual o Rio Com Saúde entrevistou Katia Valente, Técnica da Gerência de DST/AIDS, Sangue e Hemoderivados, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).Confira!

RCS: Quem deve buscar atendimento? Como ele é feito?

Katia Valente: Qualquer pessoa que tenha tido chance de ter entrado em contato com o HIV (vírus da AIDS) pode procurar o serviço de atendimento. Lá um profissional de saúde avaliará a necessidade ou não do uso de PEP. O atendimento inicial consiste no acolhimento, aconselhamento, avaliação do risco de transmissão do HIV e oferta de teste diagnóstico. A prescrição da profilaxia, quando indicada, e o acompanhamento dos casos devem ser realizados pelo médico. Mas é fundamental lembrar que a PEP sexual é indicada somente para situações excepcionais e não substitui o uso do preservativo.

RCS: Como é feita a avaliação de risco para a PEP?

Katia Valente: A avaliação considera aspectos como os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV, o tipo de exposição sexual e a prevalência do HIV. Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV são carga viral sanguínea detectável, ruptura de barreira na mucosa da pessoa exposta, presença de sangramento, como no caso de menstruação, presença de DST. O tipo de exposição sexual estabelece diferentes categorias de risco. De maneira geral, o maior risco de transmissão em relações sexuais com pessoas vivendo com HIV/AIDS está associado a relações anais receptivas e o menor risco em relação ao sexo oral receptivo. O sexo oral insertivo não é considerado exposição de risco que defina a necessidade de instituir PEP.

RCS: Como é feita a medicação?

Katia Valente: Os medicamentos utilizados para a PEP são antirretrovirais que devem ser tomados durante 28 dias seguidos, sem interrupção, sob acompanhamento da equipe de saúde. A maioria dos medicamentos causa efeitos colaterais, que, em geral, são leves e melhoram em poucos dias. Entretanto, no caso de algum mal-estar durante o uso desses medicamentos, o serviço de saúde deve ser procurado imediatamente para avaliação.

RCS: Mesmo sem efeitos colaterais, é necessário fazer o acompanhamento pós a medicação?

Katia Valente: Sim. O acompanhamento é muito importante e dever ser feito durante 24 semanas. Nesse período, a pessoa exposta ao HIV será acompanhada para investigar se adquiriu o HIV ou outras DST, como hepatite ou sífilis, por exemplo.

RCS: Há contra-indicações?

Katia Valente: A PEP sexual não está indicada quando a pessoa já tiver diagnóstico positivo para HIV, quando o tempo após a exposição tiver ultrapassado 72 horas, quando o contato sexual acontecer sem penetração (como no caso da masturbação mútua e do sexo oral sem ejaculação na cavidade oral) e nos casos de exposições sucessivas a relações sexuais desprotegidas, pois seus efeitos colaterais pelo uso repetitivo são desconhecidos em pessoas HIV negativas. Pessoas que se expõem ao risco com frequência podem ter sido infectadas pelo HIV em alguma dessas exposições e necessitam de uma avaliação médica.

RCS: A PEP sexual não pode, se alguma forma, estimular relações sexuais sem proteção?

Katia Valente: É recorrente que se questione que algumas medidas de proteção “estimulem” comportamentos arriscados. Isto ocorre com ações de redução de danos no uso de drogas, com preservativos para adolescentes, com PREP e outras. A opinião da Gerência Estadual de DST/AIDS é a de que o fato da PEP ter sido ampliada para exposição ao risco em relacionamentos ocasionais amplia as ações de prevenção para pessoas que “eventualmente” possam ter se exposto ao HIV.

O que está em jogo nessa questão é a responsabilidade individual. A PEP não é indicada para os casos de exposições sucessivas a relações sexuais desprotegidas, pois seus efeitos colaterais pelo uso repetitivo são desconhecidos em pessoas HIV negativas. Assim sendo, não se justifica que algumas pessoas mais responsáveis, com exposição a risco ocasional, deixem de se beneficiar da PEP. Outra vantagem da adoção dessa estratégia é a de organizar o ingresso, na rede de serviços, de pessoas expostas a situações de risco, promovendo acesso à testagem, ao diagnóstico e ao aconselhamento.

Clique aqui para saber mais sobre a Aids e sobre a PEP Sexual.

Secretaria de saúde
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