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22 de janeiro de 2014
Bactérias multirresistentes: estado elabora plano de contingência para diminuir número de infecções

Bactérias multirresistentes: estado elabora plano de contingência para diminuir número de infecções
Você já deve ter ouvido falar em superbactéria, não é mesmo? Pois esqueça este nome. O termo correto para definir bactéria que contenha resistência a múltiplas classes de antibióticos, sendo sensível a apenas um número restrito de antimicrobianos, é bactéria multirresistente. E é sobre bactérias multirresistentes a entrevista que o Rio Com Saúde fez com Sibelle Buonora, médica Infectologista responsável pela Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).

Além de explicar o que é e como se contrai uma bactéria multirresistente, ela fala, também, sobre prevenção e tratamento e sobre o PLACON, um Plano de Contingência coordenado pela Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar para auxiliar os hospitais a diminuírem a incidência de casos de enterobactérias resistentes a carbapenêmicos. Confira as respostas dadas por Sibelle com a colaboração de Rodrigo Cunha, infectologista do Hemorio.

Rio Com Saúde: O que é superbactéria?

Sibelle Buonora: O termo mais correto é bactéria multirresistente. Este termo é genérico e se refere a qualquer bactéria que contenha resistência a múltiplas classes de antibióticos, sendo sensível a apenas um número restrito de antimicrobianos.

RCS: Como se contrai?

Sibelle Buonora: A transmissão ocorre principalmente no ambiente hospitalar, por meio de contato direto com objetos não higienizados adequadamente, diretamente de um paciente colonizado ou infectado para outro paciente não colonizado ou não infectado e através de transmissão cruzada conduzida por mãos que não tenham sido higienizadas adequadamente.

RCS: O que significam enterobactérias resistentes a carbapenêmicos?

Sibelle Buonora: Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos, comumente chamadas ERC, é o nome dado a um grupo de bactérias, que se tornaram resistentes a vários antibióticos, incluindo os chamados carbapenêmicos. Muitas dessas bactérias vivem geralmente de forma inofensiva no intestino de todos os seres humanos e animais e nos ajudam a digerir os alimentos. No entanto, se migrarem para o lugar errado, como a corrente sanguínea, se aproveitando de um momento de debilidade imunológica do paciente, podem causar infecção.

RCS: Por que a questão da resistência aos carbapenêmicos?

Sibelle Buonora: Antibióticos carbapenêmicos são um poderoso grupo de antibióticos que só podem ser dados no hospital diretamente na corrente sanguínea com uma agulha. Até agora, eram os antibióticos de última linha que poderiam ser sempre utilizados quando outros antibióticos falhavam.

RCS: A colonização por enterobactérias resistentes a carbapenêmcios precisa ser tratada?

Sibelle Buonora: Como estas enterobactérias vivem normalmente no intestino sem causar problemas, isso é chamado de "colonização", nem sempre precisam ser tratadas. No entanto, se causarem uma infecção, é necessário o tratamento. Infecções causadas por este grupo de germes podem ser muito difíceis de tratar por existirem poucas opções de antibióticos eficazes. É por isso que é tão importante evitar a sua propagação.

RCS: Como é possível a prevenção da propagação das enterobactérias produtoras de carbapenemase?

Sibelle Buonora: Todas as pessoas, principalmente quando em ambiente hospitalar, devem lavar as mãos regularmente com água e sabão ou álcool gel. Esta é a medida mais importante. Sendo especialmente importante lavar bem as mãos com água e sabão após ir ao banheiro. Os familiares, visitantes, ou acompanhantes devem evitar tocar dispositivos médicos (se houver algum no quarto ou enfermaria), como por exemplo o tubo de urina e seu tubo de sangue da veia, especialmente no ponto em que este é inserido na pele. Além disso, os profissionais de saúde vão usar luvas e aventais ao cuidar dos pacientes com bactérias resistentes aos antibióticos, tais como as ERC, para ajudar a prevenir a propagação de germes.

RCS: Como vou saber se estou em risco de contrair enterobactérias produtoras de carbapenemase?

Sibelle Buonora: Os principais fatores de risco para as enterobactérias produtoras de carbapenemase são: ter sido internado recentemente em um hospital onde estiveram internados pacientes portadores deste germe, ser exposto sem qualquer precaução a outros portadores deste germe, ser paciente com imunidade muito baixa (por doenças tais como câncer ou AIDS), ter feito uso de vários antibióticos nos últimos meses, principalmente se seu uso não foi feito ou acompanhado corretamente, dentre outros fatores de risco. Se você tem esses fatores de risco, vamos pedir para examinar você, e posteriormente Você será informado do resultado.

RCS: Como é feito o exame para enterobactérias produtoras de carbapenemase?

Sibelle Buonora: O método de rastreio exige que uma haste parecida com um cotonete (swab) seja inserida no seu reto (inferior) e / ou seja feita a coleta de uma amostra de fezes. Este material irá para o laboratório e depois você será informado do resultado.

RCS: O que é o PLACON?

Sibelle Buonora: O PLACON é um Plano de Contingência é um plano coordenado pela Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar para auxiliar os hospitais a diminuírem a incidência de casos de enterobactérias resistentes a carbapenêmicos. As medidas envolvem desde retreinamento das equipes de saúde, controle da higienização de leitos até orientações aos pacientes e familiares.

RCS: Quando o PLACON será ativado?

Sibelle Buonora: Ele será ativado nos próximos 10 dias através de reuniões com as unidades envolvidas.

Secretaria de saúde
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