03 de novembro de 2015
Fiocruz amplia projeto com mosquitos da dengue modificados em laboratório, RJ.
Após um ano de testes com mosquitos da dengue modificados em laboratório, a Fiocruz ampliou a área de atuação do projeto no Rio de Janeiro. O bairro de Jurujuba, em Niterói, região metropolitana, tem recebido desde agosto milhares de ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, encontrada no meio ambiente e capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A experiência faz parte do projeto 'Eliminar a Dengue: Desafio Brasil', que começou há cerca de um ano no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Neste bairro moram 3 mil pessoas. Conforme o projeto, foram liberados, durante quatro meses, aproximadamente 10 mil mosquitos modificados com a bactéria.
Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e coordenador do projeto no Brasil, mencionou que, na Austrália, onde a experiência teve início em 2009, 100% dos mosquitos da dengue nas áreas de testes estão infectados com Wolbachia. Em Tubiacanga, após 20 semanas de liberação de mosquitos, 65% dos mosquitos Aedes aegypti continham a bactéria Wolbachia. Na fase de monitoramento, o percentual de mosquitos com a bactéria teve queda de 15% em agosto passado ; (O verão atípico, com altas temperaturas e pouquíssima chuva, é uma das explicações para a morte dos mosquitos de laboratório) .
O pesquisador ressaltou que, quando a população de Aedes aegypti chegar a 100%, será possível passar para o próximo passo: avaliar se houve queda no número de casos de dengue.
A Wolbachia está presente em cerca de 60% dos insetos no mundo, incluindo diversas espécies de mosquitos, como o pernilongo, e não apresenta risco para a saúde humana ou para o ambiente. É uma bactéria intracelular, transmitida de mãe para filho no processo de reprodução dos mosquitos e não durante a picada do Aedes em ser humano.
Saiba mais:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-10/fiocruz-amplia-projeto-com-mosquitos-da-dengue-modificados-em-laboratorio