06 de novembro de 2015
Aumento de casos de microcefalia gera protocolo clínico para atendimento em PE
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco deve divulgar um protocolo clínico de atuação em casos de microcefalia. A medida foi adotada devido ao surpreendente aumento das ocorrências de nascidos vivos com a anomalia genética em Pernambuco. Somente este ano, já foram registrados 90. A média anual era de nove. O Ministério da Saúde (MS) foi alertado e uma equipe está na capital para investigar os casos diretamente nas unidades de saúde.
A microcefalia é uma anomalia genética e se caracteriza quando a cabeça do feto ou bebê é menor do que a de outros com a mesma idade e sexo. A doença afeta diretamente o desenvolvimento cognitivo e motor dos pacientes. Até o momento, no estado, ainda não há informações sobre mortes em virtude da doença. A maioria dos nascimentos foi registrada nos últimos três meses.
Até então, através do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, (SINASC), só tínhamos conhecimento de 22 casos. ” Com a notificação obrigatória através de fichas, ligações, formulários online e outros sistemas, o número subiu para 90", esclareceu a secretaria executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque.
Os especialistas do MS estão investigando os prontuários e entrevistando as mães dos pacientes. "Montamos um Comitê de Operações de Emergência em Saúde, procedimento padrão devido ao evento inusitado. O protocolo clínico está em fase final e deverá orientar os profissionais sobre como receber e atender esses pacientes", complementou Luciana Albuquerque.
Ainda não se pode dizer o que tem causado a alta incidência de microcefalia no estado. Algumas mães informaram ter apresentado exantema (manchas avermelhadas na pele) durante a gestação. O sintoma está diretamente relacionado a doenças como dengue, zika e chikungunya. "É irresponsável dizer que essas doenças são culpadas pelas anomalias. A dengue, inclusive, é a menos provável. Estamos investigando. Pelos achados da tomografia, realmente acreditamos que a causa seja infecciosa", detalhou a secretaria de Vigilância em Saúde.
Em condições normais, a microcefalia é causada, na maioria dos casos, por infecções congênitas, passadas de mãe para filho durante a gestação, como o citomegalovírus, a rubéola e a toxoplasmose. No entanto, em Pernambuco, a situação é diferente. "Notamos características peculiares nos achados da tomografia. Não foi nada relacionado aos tamanhos das cabeças, mas percebemos calcificações e lisencefalia (cérebro com aspecto liso) nos pacientes", esclareceu.
Diário de Pernambuco.
Saiba mais:
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/11/04/interna_vidaurbana,608239/ministerio-da-saude-investiga-aumento-de-casos-de-microcefalia-em-pernambuco.shtm
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/saude/noticia/2015/11/04/notificacao-de-casos-de-microcefalia-agora-e-obrigatoria-em-pernambuco--206433.php