11 de novembro de 2015
Governador Valadares decreta estado de calamidade por causa de poluição do Rio Doce
A Prefeitura de Governador Valadares decretou estado de calamidade pública em razão do desabastecimento de água na cidade. A medida foi tomada por causa da passagem da lama originária das represas que se romperam em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, e que está percorrendo o Rio Doce. A prefeitura da cidade elaborou um plano emergencial que foi enviado para os governos Federal e Estadual e para a Samarco, responsável pelas minas que cederam. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com uma ação civil pública contra a mineradora para que ela arque com os custos das ações emergenciais que serão tomadas para assegurar o abastecimento no município.
O plano de emergência criado pela prefeitura do município solicitou caminhões-pipa à Samarco para suprir a necessidade da população. Nesta terça-feria, 21 caminhões já começaram a buscar água em municípios vizinhos como Frei Inocêncio, Marilac e Vale do Aço. A princípio, irão abastecer instituições de saúde, ensino e abrigos. O município estuda, também, a possibilidade de utilizar água de poços artesianos.
O Ministério Público ajuizou ação civil pública cobrando da Samarco, liminarmente, todos os custos estipulados pelo plano emergencial da prefeitura. As requisições principais são 80 caminhões-pipa, que totalizam 800 mil litros de água por dia, especialmente para hospitais e escolas, 80 mil litros de óleo diesel, 50 reservatórios de 30 mil litros, um veículo com tração nas quatro rodas, um barco a motor, entre outros.
A lama que desce pela calha do Rio Doce chegou em Governador Valadares causando danos ambientais, além de transtornos e preocupação para os moradores. Peixes apareceram mortos ao longo do município e comunidades ribeirinhas. As famílias fizeram uma corrida pela água e lotaram as distribuidoras. Pelo menos cinco bairros já estão totalmente sem água.