27 de novembro de 2015
Compreenda melhor a microcefalia
A microcefalia ocorre pelo não crescimento do tecido cerebral, sendo agravada nos quadros infecciosos por uma destruição do parênquima cerebral (tecido que forma a função principal do órgão) associada à presença de calcificações periventriculares (enrijecimento do tecido). “O mais preocupante é quando essas alterações morfológicas ocorrem no primeiro trimestre gestacional, que é quando a estrutura básica cerebral está sendo formada.
Ainda não podemos prever quais serão os distúrbios neurológicos que essa microcefalia irá acarretar, mas, levando-se em consideração o grau de atrofia cerebral verificado e a presença de calcificações grosseiras intracranianas, é de se esperar que esses recém-nascidos venham a apresentar sequelas neurológicas severas. Por isso, há um alerta de prevenção ao provável causador da doença, o zika vírus, principalmente nos três primeiros meses de gravidez”, enfatiza o dr. Sérgio Cavalheiro, neurocirurgião pediátrico do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Conforme Dr. Sérgio, o bebê diagnosticado com microcefalia pode apresentar crises convulsivas, necessitando de medicamento anticonvulsivante, e atraso severo do desenvolvimento neuropsicomotor, que compromete inúmeras funções, como a visão, a fala e a locomoção. “Não há ainda tratamento que leve à cura ou que evite a contaminação do feto após infecção da mãe. A destruição do tecido cerebral é irreversível. O que existe são tratamentos de suporte. Então, desde recém-nascidos, essas crianças deverão ter acompanhamento de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e hidroterapia, além do pediatra”, explica dr. Sérgio.
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