16 de dezembro de 2016
AIDS avança entre os jovens
O Brasil é reconhecido mundialmente por ter o mais avançado sistema de prevenção e combate ao HIV em todo o mundo, mas as vitórias conquistadas até aqui estão ameaçadas, pois o número de novos casos aumentou e os jovens são os mais vulneráveis, assim como os idosos.
O Ministério da Saúde informa que em 2015 foram confirmados 44 novos casos – alta de 2,3% na comparação com o ano de 2010. Os números podem ser ainda maiores, já que há milhares de pessoas que portam o vírus, mas não sabem – um dos motivos é o medo de para realizar o exame, que é rápido e de graça.
O número de novos casos pode parecer pequeno, mas a média mundial teve queda de 4,5%. Estima-se que hoje, 830 mil pessoas vivam com Aids no Brasil. Anualmente, são 15 mil mortes.
Chama a atenção o fato dos jovens de 18 a 24 anos serem os mais vulneráveis ao vírus. Diversos fatores explicam este fenômeno. O primeiro, é a ausência desta faixa etária nos serviços de saúde. O outro, é a falsa idéia de que a Aids tem cura.
A mesma base de dados da Saúde mostra que jovens se recusam a usar preservativos e continuamente se expõem às doenças sexualmente transmissíveis, entre elas, o HIV. Mesmo com o diagnóstico tardio, 74% dos novos infectados procuraram o serviço de saúde, mas somente 57% estão em tratamento.
É sabido que o diagnóstico positivo da doença deixou de ser uma sentença de morte, como era freqüente na década de 1980. Atualmente, é possível levar uma vida normal, inclusive socialmente, mas existe consenso de que houve uma banalização da Aids, como se fosse fácil conviver com a doença – o que não é verdade.
Alegar falta de informação também é uma atitude errada, principalmente quando se fala em adolescentes e jovens que são antenados e conectados. Outro ponto – e este depende dos pais, mães, e dos educadores – é o sexo, que não pode ser encarado como tabu e deve ser debatido com naturalidade.
O incentivo ao uso do preservativo precisa começar assim que pais e professores perceberem que a fase da infância deu lugar à puberdade. A medicina avançou, e consegue proporcionar mais qualidade de vida para os portadores do HIV. Mas é preciso ter em mente que não é fácil conviver com a doença.
Portanto, medidas de prevenção jamais devem ser deixadas de lado. Hoje – mais de 30 anos depois do primeiro caso confirmado nos Estados Unidos, em 1977 – já não existem mais grupos de risco, mas comportamento de risco. O diálogo aberto é importante e precisa acompanhar o mesmo avanço conquistado pela medicina.
https://gphin.canada.ca/cepr/showarticle.jsp?docId=1001326656