22 de fevereiro de 2017
Morte de macaco em área urbana em Três Pontas acente alerta no Sul de Minas
A confirmação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) de que a morte de um sagui (mico) no começo deste mês em Três Pontas, no Sul de Minas, foi por febre amarela, deixou em alerta as autoridades locais. O corpo do animal foi encontrado em área urbana, onde há a circulação do Aedes aegypti, que também pode ser o vetor da doença.
De acordo com secretário municipal de saúde, Heleno Carlos dos Santos, no passado a cidade sofreu com uma epidemia de dengue e, por isso, além do bloqueio vacinal contra a febre, foram reforçadas medidas de combate ao mosquito. Foi o segundo caso de morte de macaco devido à febre amarela no Sul de Minas. Recentemente, os exames deram positivo para a contaminação de um primata não humano pela doença em Poços de Caldas. Ainda, em Três Corações, há mais um caso de sagui com suspeita da febre em investigação, encontrado na semana passada na área central da cidade. Não há registro de pessoas infectadas.
Heleno Santos minimiza o risco de contaminação de humanos pela febre no município. “O primeiro sagui foi encontrado morto no dia 2 deste mês, no Bairro Ponte Alta. No dia seguinte iniciamos o bloqueio vacinal e já temos 7,5 mil pessoas imunizadas num raio de um quilômetro. A meta inicial é de 15 mil vacinas”, explicou.
O secretário de saúde destaca ainda que, em 2008, houve uma campanha de imunização contra a febre amarela, com quase 90% da população vacinada. “Com o desmatamento, é comum os saguis virem para a área urbana, em busca de alimentos. Temos orientado a população para não agredir os animais, mas comunicar de imediato se encontrar algum morto. Pelos dois terem sido recolhidos em área urbana, há uma preocupação maior em relação à circulação do Aedes. Por isso, intensificamos o fumacê nesses locais”, assinalou Santos.
O surto da febre amarela em Minas Gerais continua fazendo novas vítimas a cada dia. O número de mortes da doença em 2017 já representa mais que o dobro de óbitos da pior fase da enfermidade dos últimos 37 anos, segundo dados da série histórica de acompanhamento feito pelo Ministério da Saúde. Neste ano, 83 pessoas já perderam a vida em decorrência da moléstia. Em 2000, foram registradas 40 mortes. A situação pode ser ainda pior, pois 90 casos ainda estão sendo investigados. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 21 pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Fonte: Estado de Minas.