24 de fevereiro de 2017
Traços misteriosos do radioativo Iodo-131 detectados na Europa medido em sete países
Pequenas quantidades de material radioativo foram detectadas sobre a Europa, e até o momento ninguém sabe o motivo. De acordo com o Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN), ligada ao governo francês, estações instaladas na Noruega detectaram traços de iodo-131 na segunda semana de janeiro, e a substância se espalhou sobre a Finlândia, Polônia, República Tcheca, Alemanha, França e Espanha até o fim do mês passado,janeiro.
O caso ganhou importância após o avião militar americano WC-135 Constant Phoenix, especializado em rastrear incidentes nucleares, ser enviado para a região.
A Força Aérea Americana confirmou ao jornal britânico “Independent” que o WC-135 pousou na base aérea de Surrey, no Reino Unido, e está a caminho da Noruega e do Mar de Barents, ao norte da Rússia. Contudo, os militares informaram apenas que a aeronave está em “missão rotativa planejada com muita antecedência” e que “qualquer coisa contrária é sem fundamento”.
Segundo o IRSN, a única certeza é que o iodo-131 é produzido pelo homem, não ocorre na natureza. Na França, a concentração da substância detectada foi de apenas 1,5 microbecquerel por metro cúbico, o que não apresenta riscos para a saúde humana. Isso não quer dizer que o iodo-131 não seja perigoso, apenas que a quantidade liberada foi mínima.
A principal suspeita é que o iodo-131 seja originário de alguma região do Leste Europeu, o que levou alguns especialistas a temerem por um possível teste nuclear realizado pela Rússia no Ártico. Entretanto, como nenhuma outra substância radioativa foi detectada, é improvável que a fonte seja um teste nuclear.
— Quando as medições foram feitas, o clima estava ruim, então não podemos rastrear a localização exata da liberação — disse Astrid Liland, da Autoridade Norueguesa de Proteção à Radiação, em entrevista ao jornal norueguês “Barents Observer”. — Medições de vários locais na Europa indicam que vem do Leste Europeu.
De acordo com a especialista, é mais provável que a liberação da radiação tenha acontecido no vazamento de alguma indústria farmacêutica, já que o iodo-131 é usado amplamente no tratamento de alguns tipos de câncer. — Como apenas o iodo-131 foi medido, e nenhuma outra substância radioativa, nós acreditamos que tenha origem numa companhia farmacêutica produzindo drogas radioativas — disse Astrid.
Fonte: O Globo Tempo Real