08 de dezembro de 2017
Fiocruz mapeia resistência do 'Aedes aegypti' a inseticidas
Um estudo coordenado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) está monitorando a resistência de mosquitos Aedes aegypti a inseticidas em todo o território nacional. Estão sendo espalhadas mais de 20 mil armadilhas pelo país. Realizado a partir de uma solicitação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o projeto é realizado em parceria com Secretarias de Saúde de todos os estados brasileiros, além das prefeituras dos 145 municípios envolvidos. São centenas de agentes de endemias capacitados na metodologia do projeto: eles coletam ovos do mosquito em diferentes regiões do território nacional e enviam o material para análise no IOC. O projeto tem previsão de duração até 2018.
“A aplicação de inseticidas no combate ao Aedes aegypti deve ser adotada com muito critério. O uso indiscriminado desses produtos pode selecionar populações de mosquitos resistentes, ou seja, que possuem características genéticas que os permitem sobreviver ao uso do inseticida. Por isso é tão importante conhecer como estão as populações de mosquitos em todas as regiões do país. Assim, temos a oportunidade de planejar um rodízio de uso dos inseticidas disponíveis”, explica José Bento Pereira Lima, chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC/Fiocruz, que está à frente do estudo.
“É importante ressaltar que a principal medida de controle do Aedes é a eliminação dos criadouros, dos locais que o mosquito busca para depositar os ovos. Os inseticidas são recomendados como estratégia complementar, em situações específicas. O uso indiscriminado é justamente um dos desafios, na medida em que inviabiliza a eficácia desse recurso”, avalia José Bento. Atualmente, nas situações em que o inseticida pode ser recomendado como medida complementar, o Ministério da Saúde indica o uso da substância ‘pyriproxyfen’ para uso no combate a larvas e do ‘malathion’ para uso em mosquitos adultos.
(...)” Nossa expectativa é de receber todo o material ao longo dos próximos seis meses e, assim, concluir o mapeamento completo até o fim de 2018”, explica José Bento Pereira Lima. “Com isso, poderemos obter uma dimensão bastante precisa do estado atualizado da resistência do Aedes aegypti a inseticidas no conjunto do território nacional”, completa.
https://agencia.fiocruz.br/fiocruz-mapeia-resistencia-do-aedes-aegypti-inseticidas