18 de julho de 2012
Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais
Celebrado em 28 de julho, o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais é uma oportunidade para informar e alertar sobre a doença e, principalmente, sobre as formas de prevenção. De maneira simplificada, a hepatite pode ser definida como inflamação do fígado. Um problema que pode ser agudo ou crônico e que tem causas diversas. A mais comum é a infecção causada pelos vírus A, B, C, D e E. E justamente as chamadas hepatites virais representam, hoje, um problema de saúde pública no mundo todo.
Estima-se que existam mais de 350 milhões de portadores de hepatite B e quase 180 milhões de hepatite C. No Brasil, foram registrados quase 70 mil casos entre 1999 e 2010, mas as estimativas indicam que existam 2 milhões de portadores de hepatite C e 500 mil de hepatite B no país. A diferença entre os registros da doença e as estimativas de pessoas infectadas apontam um desafio: ainda falta muito para se diagnosticar e tratar os portadores destas infecções que, quando não precocemente detectadas e tratadas, podem acarretar complicações como cirrose e câncer de fígado.
“As hepatites agudas A e E são tratadas só com medicamentos sintomáticos, além de repouso e dieta leve. O importante é ter acompanhamento médico para avaliar a evolução do quadro. Raramente existem complicações que deverão ser diagnosticadas precocemente. A forma aguda da hepatite B também é semelhante às anteriores, mas, em geral, é assintomática. Se houver evolução para forma grave ou crônica existe tratamento com drogas específicas. A hepatite C é a mais silenciosa de todas, com raras formas agudas, mas quando acontece o quadro clínico é semelhante às demais”, explica Clarice Gdalevici, da Coordenação Estadual de Hepatites Virais Gerência DST/AIDS/ Sangue e hemoderivados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES).
Segundo ela, é preciso melhorar a visibilidade destas doenças. “Há pouca informação circulando sobre as hepatites crônicas B e C. Todos confundem com a forma aguda da hepatite A e, por isso, nunca pensam em fazer um teste para saber se estão contaminados”, comenta Clarice. Se informação é importante para diagnosticar e tratar, prevenção é fundamental para evitar a transmissão de hepatite. A vacina contra hepatite B já faz parte do calendário oficial. “A 1ª dose após o nascimento (nas primeiras 12 horas) previne também, em boa parte dos casos, a transmissão do vírus para a criança no caso da mãe contaminada”, diz Clarice.
A vacina também está disponível em todos os postos de vacinação para pessoas com até 29 anos de idade. Grupos vulneráveis também devem ser vacinados: grávidas, trabalhadores da saúde, forças de segurança pública, manicures, população indígena, doadores de sangue, população LGBT, profissionais do sexo, usuários de drogas e portadores de DSTs. Mas a vacina não é a única forma de se prevenir. “Aconselhamos a prática de sexo com preservativo para evitar a transmissão sexual. Quanto à forma de transmissão sanguínea, é importante observar cuidados de esterilização ou usar material descartável para fazer tatuagens e colocar piercing e usar material individual em manicures e pedicures, além de, no caso de usuários de drogas, não compartilhar seringas, agulhas, cachimbos e canudos”, alerta Clarice.
Para saber mais, confira aqui a entrevista completa que o Rio Com Saúde fez com Clarice Gdalevici!