27 de fevereiro de 2015
Interação medicamentosa: os riscos de se medicar sem orientação

Interação medicamentosa. Você já deve ter ouvido ou lido esta expressão em alguma bula de remédio. Mas, afinal, o que é interação medicamentosa? Ela acontece quando os efeitos de um remédio são alterados pela presença de outro, bem como pela mistura com fitoterápicos (os chamados remédios naturais), alimentos, bebidas ou algum agente químico ambiental — como o calor emanado pelo chuveiro de casa.
O Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz) registrou, só em 2011, cerca de 30 mil casos de intoxicação por uso de medicamentos. Embora não seja possível afirmar quais deles ocorreram por interação medicamentosa, em três circunstâncias específicas a possibilidade é muito extensa: pelo uso terapêutico errado, pela prescrição médica incorreta e por automedicação.
Por isso, é muito importante que durante uma consulta, seja em um consultório ou em uma unidade de saúde, você relate qualquer medicamento que tenha usado, desde um chá ou pomada, até aquele comprimido habitual para dor de cabeça. Outra medida importante é ler a bula dos remédios. Ela que contém todas as informações úteis a respeito do medicamento a ser administrado, inclusive se ele pode, ou não, ser consumido junto a outros remédios, com água ou outros líquidos, em jejum ou alimentado etc.
Outra questão que merece atenção é a automedicação. O Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) realizou uma pesquisa que revela este cenário: 76,4% da população brasileira faz uso de medicamentos a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos. São pessoas que consomem qualquer tipo de remédio quando necessitam e dispõem, inclusive aumentando suas dosagens afim de obter um efeito mais acelerado. O estudo foi realizado em 12 capitais brasileiras e a cidade do Rio de Janeiro ficou acima da média nacional, com 91% de sua população se automedicando. Quem se automedica não faz ideia dos riscos que corre. Por isso, o uso por conta própria de qualquer tipo de remédio não é indicado.
O que fazer em caso de interação medicamentosa?
Se você perceber que, após o uso do remédio, algum efeito ruim se manifestou, a providência mais indicada é procurar um médico. É preciso lembrar, no entanto, que nem toda interação medicamentosa é ruim. Diversos medicamentos, inclusive, já são produzidos prevendo seu efeito combinado a outros fármacos que podem potencializá-los. O que se pode e deve fazer é tentar reduzir os transtornos dos sintomas para os pacientes.
(Com informações do Portal Fiocruz)