23 de outubro de 2015
Tabagismo é tema de encontro de coordenadores municipais
Fortalecer as relações internas nos municípios para a expansão do Programa de Controle do Tabagismo. Com este objetivo foi realizado no dia 6 de outubro, no auditório de Furnas, no Rio de Janeiro, o “Encontro de Coordenadores Municipais de Tabagismo 2015: capacitando em gestão e expansão do programa”. Coordenadores dos programas de tabagismo, assistência farmacêutica e saúde da família dos municípios fluminenses estiveram reunidos ao longo de todo o dia, assistindo a palestras e participando de oficinas em busca de novos caminhos e soluções para os desafios encontrados em suas cidades.
Cenário nacional
“O tabagismo deixou de ser um estilo de vida para ser reconhecido e tratado, a partir da década de 80, como dependência e doença. Hoje, se considera o tabagismo fator de risco para cerca de 60 doenças e não existe nenhum órgão que não seja afetado diretamente pelo fumo e pela fumaça”, afirmou Ricardo Meireles, pneumologista e representante do Instituto Nacional de Câncer (INCA), acrescentando que, no mundo mais de 6 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa do tabagismo. No Brasil, são 200 mim mortes anualmente.
Os números anuais impressionam, assim como a projeção feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para as mortes em decorrência do tabagismo até o ano 2050, aproximadamente 20 milhões de mortes. A boa notícia é que este número pode ser reduzido com prevenção – a estimativa neste caso cai para 18 milhões de mortes – e ainda mais com a combinação de prevenção e tratamento – cerca de 8 milhões de mortes até 2015.
“Pesquisas indicam que 80% dos fumantes querem parar de fumar, mas só 3% conseguem sem ajuda. Como profissionais de saúde não podemos fechar os olhos para isso, precisamos ajudar”, disse Ricardo para a plateia de coordenadores municipais. Ele destacou que entre 1989 e 2008 a prevalência de fumantes no país passou de 35% para 15% e creditou a redução tantos as ações de prevenção, que incluem a legislação, quanto ao acesso ao tratamento.
“Mas há um porém. Se colocarmos em números absolutos são 24 milhões de fumantes no Brasil. Sabendo que 80% quer parar de fumar, são 19 milhões de pessoas com este vontade e destas 18 milhões vão precisar de tratamento para conseguir. Então, há muito o que fazer e vocês são fundamentais para isso”, afirmou.
Profissionais de saúde
A importância dos profissionais também foi destacada por Samir Samir Sleiman, do Programa de Controle de Tabagismo da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ) e organizador do encontro. “O propósito que nos move é o propósito da saúde, o propósito de salvar vidas”, afirmou.
“Promover saúde não é fácil, é um desafio grande, mas sempre temos a oportunidade de fazer mais porque sempre há alguém precisando de mais. Por isso, precisamos olhar o cidadão, o coletivo, como nosso objetivo de trabalho. Se não fizermos um esforço, se nos acomodarmos, nada mudará”, declarou Mário Ribeiro, Superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, na abertura do encontro.
Oficinas
Após a manhã de apresentações, a tarde foi dedicada a oficinas que trataram, entre outros temas, da importância da relação entre os programas de tabagismo e a assistência farmacêutica e os desafios para expansão do programa nas unidades básicas. O encontro, segundo Samir Sleiman, foi idealizado e organizado para dialogar sobre os problemas e encontrar soluções.
“As fazer a inscrição, cada um apontou as maiores dificuldades e desafios encontrados em seus municípios. Eu mapeei isso para que pudesse ser discutido nas oficinas”, contou Samir.
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