13 de junho de 2012
Vacina brasileira para esquistossomose, inédita no mundo, é aprovada em fase de testes

A primeira vacina para esquistossomose acaba de ser aprovada nos testes clínicos de fase 1, mostrando ser segura e capaz de induzir imunidade à doença, que afeta 200 milhões de pessoas no mundo. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (12/06), em Manguinhos. Baseada no antígeno Sm14, a vacina, desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), é a primeira no mundo para helmintos.
A iniciativa também é um marco para a pesquisa em âmbito nacional, pois esta é a primeira vez que são realizados no Brasil testes clínicos de fase 1 para uma vacina, uma vez que os testes com pacientes, por regras internacionais, devem obrigatoriamente ser realizados no país de origem da tecnologia.
Assim como em outras vacinas, o imunizante nacional foi produzido a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos – para preparar o sistema imunológico do ser humano à infecção pelo parasito, impedindo que ele se instale no organismo ou que lhe cause danos. Neste caso, é utilizada a proteína Sm14, obtida do Schistosoma mansoni, verme causador da doença na América Latina e na África.
O projeto, que acaba de ter finalizada a etapa de testes clínicos de fase 1, em voluntários humanos, obteve resultados que garantem que a vacina é segura para uso humano e que é imunogênica, sendo capaz de produzir proteção para a doença. O Teste Clínico Fase 1 em humanos teve início em maio de 2011, logo após a aprovação do protocolo clínico de pesquisa pela Anvisa e foi conduzido pela equipe do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz).
Agora, com a vacina humana comprovadamente segura, o objetivo maior tanto do Instituto Oswaldo Cruz quanto da Ourofino é transformar a vacina humana em vacina humanitária, garantindo seu acesso às populações de áreas endêmicas em todo o mundo, majoritariamente pobres.
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Clique aqui para ler a entrevista que a médica Miriam Tendler, especialista em doenças infeccionsas e parasitárias e pesquisadora chefe do Laboratório Esquistossomose Experimental do IOC onde a vacina foi desenvolvida deu à Agência Brasil.
(Informações e foto de Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)