25 de julho de 2012
Ministério lança concurso cultural de prevenção contra hepatites
Foi lançada nesta quarta-feira (25/7), na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília (DF), a campanha nacional contra hepatites virais. Com o tema “As hepatites podem estar onde você menos espera”, a campanha marca o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, comemorado no sábado (28), e prevê uma série de ações de diagnóstico e prevenção, entre as quais a ampliação de testes rápidos de diagnóstico e a promoção de um concurso que vai premiar trabalhos artísticos realizados por manicures e tatuadores em unhas e tatuagens com mensagens de prevenção às hepatites.
O concurso incentiva boas práticas para prevenção da doença em salões de beleza e estúdios de tatuagens, e divulgação de cartazes e folders orientando a população em diferentes locais e eventos. Manicures e tatuadores também são importantes parceiros na orientação da população e divulgação de boas práticas, uma vez que salões de beleza e estúdios de tatuagem são ambientes propícios para transmissão das hepatites B e C.
Estes profissionais devem enviar trabalhos criativos de pintura de unhas ou desenho de tatuagens relacionados à prevenção da doença. O concurso irá premiar relatos de experiências de prevenção das doenças nos ambientes de trabalho. Serão concedidos prêmios aos 15 primeiros colocados. Para os três primeiros lugares, os prêmios variam entre R$ 2 mil e 5 mil, mais um aparelho autoclave. As inscrições são gratuitas e vão até 20 de setembro. Os formulários estão disponíveis em www.aids.gov.br/artehepatites.
A campanha do Ministério envolve também os outros tipos de hepatites A, B, D e E. Os dois públicos prioritários são pessoas de até 29 anos, que serão incentivadas a tomar as três doses da vacina contra hepatite B, e acima de 45 anos, que deverão fazer o teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C. Serão disponibilizados 2,3 milhões unidades do teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C no SUS, para serem distribuídos em um ano (de agosto de 2012 até agosto de 2013), conforme a demanda dos estados.
Novos medicamentos
Durante o lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, também, que dois novos medicamentos contra hepatite C serão incluídos no Sistema Único de Saúde (SUS). Mais modernos e eficazes, o Telaprevir e o Boceprevir devem beneficiar 5,5 mil pacientes, todos portadores de cirrose e fibrose avançadas, que fazem parte do grupo de maior risco de progressão da doença e de morte.
Os novos medicamentos, direcionados ao tipo C, devem estar disponíveis no SUS no início de 2013 e fazem parte da classe de inibidores de protease, a mais moderna para combater a doença em todo o mundo. O telaprevir e o boceprevir têm uma taxa de eficácia de 80% − o dobro do sucesso obtido com a estratégia convencional utilizada atualmente, que associa dois medicamentos, o Interferon Peguilato (injetável) e a Ribavirina (via oral), cujo tratamento tem duração de 48 a 72 semanas. Os novos medicamentos são administrados oralmente e têm duração de até 48 semanas.
Situação epidemiológica
Também nesta quarta foi divulgado o boletim epidemiológico. Segundo ele, a hepatite B apresentou o maior número de casos entre todos os outros tipos nos últimos 14 anos. Foram 120,3 mil notificações de 1999 até 2011. A Região Sudeste concentra o maior número: 36,3% do total, seguida da Região Sul, com 31,6% das notificações. A via sexual é a forma predominante de transmissão da hepatite B – 52,7% dos casos. A doença atinge principalmente a faixa etária entre 20 e 39 anos.
Em relação à hepatite C, de 1999 a 2011, houve 82 mil casos no Brasil. A maior parte dos infectados (90%) está concentrada nas Regiões Sudeste e Sul, com destaque para São Paulo e Rio Grande do Sul, com 56,9% (46,6 mil) e 13% (10,6 mil), respectivamente.
Já a taxa de incidência de hepatite A vem caindo consideravelmente, ano a ano, desde 2006, no Brasil. Enquanto em 2005, quando ocorreu o ápice da incidência, o número foi de 11,7 por cada 100 mil habitantes, em 2011 a taxa ficou em 3,6. Neste caso, a Região Norte é a campeã, registrando 15,6 em 2011. No Sudeste a taxa foi de 1,5. A faixa etária mais acometida são crianças de 5 a 9 anos, que compreendem 36,8% dos casos notificados no país de 1999 a 2011 (50,9 mil casos).
A hepatite D só pode infectar pessoas que já são portadoras do tipo B. Entre 1999 e 2011, houve 2.197 casos, concentrados na Região Norte (76,4%), Amazonas (37%) e Acre (29,3%).