25 de maio de 2016
OMS recomenda novo diagnóstico e tratamento para a tuberculose multirresistente

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na semana passada novas recomendações que visam a acelerar o diagnóstico da tuberculose multirresistente (TBMR) e melhorar os resultados do tratamento da doença por meio de um novo teste mais rápido e um regime de tratamento mais curto e barato. Por menos de 1 mil dólares por paciente, o novo regime de tratamento pode ser concluído entre 9 e 12 meses.
Além de mais barato que os atuais, o novo regime deve ter melhores resultados e proporcionar uma potencial queda das mortes devido à melhor adesão ao tratamento, segundo expectativas da OMS. De acordo com a OMS, os regimes de tratamento convencionais, que levam de 18 a 24 meses para serem concluídos, têm taxas de cura mais baixas: apenas 50%, em média, globalmente. Isso ocorre principalmente porque os pacientes encontram dificuldades em tomar medicamentos de segunda linha, que podem ser bem tóxicos, por longos períodos de tempo. Eles frequentemente interrompem o tratamento.
O regime mais curto anunciado pela OMS é recomendado para pacientes com diagnóstico de tuberculose mais simples, ou seja, indivíduos cuja doença não é resistente aos medicamentos mais importantes utilizados em tratamentos. Também é recomendado a indivíduos que ainda não foram tratados com remédios de segunda linha. As recomendações da OMS sobre regimes de tratamento mais curtos são baseadas em estudos iniciais envolvendo 1,2 mil pacientes com tuberculose multirresistente em 10 países.
Diagnóstico mais rápido
A forma mais confiável de descartar a resistência a drogas de segunda linha é um novo teste recomendado para uso nos laboratórios. O novo diagnóstico — chamado MTBDRsl — é baseado em DNA que identifica mutações genéticas que provocam resistência da doença a drogas de segunda linha. Os resultados vêm entre 24 e 48 horas, diferentemente dos testes atuais, que levam cerca de três meses ou mais para diagnosticar a doença. Dessa forma, pacientes com resistência adicional são direcionados a regimes de tratamento com drogas mais apropriadas. Segundo a OMS, menos de 20% dos estimados 480 mil pacientes com tuberculose multirresistente estão atualmente em tratamento adequado.