23 de junho de 2016
Estudo sobre o vírus Zika reunirá 10 mil mulheres grávidas
Um estudo inédito sobre o vírus Zika reunirá 10 mil mulheres, que deverão estar no primeiro trimestre de gravidez. A pesquisa será realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em uma parceria com os Institutos Nacionais da Saúde (NIH) e a agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
As gestantes inscritas no projeto serão mulheres a partir dos 15 anos, que não foram infectadas pelo vírus, em até 15 localidades, incluindo Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Ribeirão Preto, além de outros países onde existe a circulação do vírus. Elas serão acompanhadas durante a gravidez e por pelo menos um ano após o parto, para determinar se foram infectadas pelo vírus Zika durante a gestação e quais foram as consequências da infecção para elas e para os bebês.
As análises do estudo serão feitas a partir de uma comparação dos resultados das gestações de mães infectadas e não infectadas por Zika. Durante a pesquisa, todas as informações serão documentadas, como a frequência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, ocorrência de microcefalia, malformações do sistema nervoso e outras complicações. Também será comparado o risco de problemas na gravidez de mulheres que tiveram sintomas da infecção por Zika e de mulheres que foram infectadas, mas não apresentaram os sintomas. Além disso, outros fatores serão avaliados, como a maneira que os determinantes sociais, ambientais e a ocorrência de outras infecções, como casos prévios de dengue, podem interferir na gravidez.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, “o estudo em parceria com o NIH é essencial para elucidar a complexidade científica da doença. Será fundamental para ajudar a desenvolver estratégias de prevenção e tratamento contra o problema”.