03 de agosto de 2016
Modelo brasileiro para combater hepatite C é exemplo para outros países das Américas

No Brasil, foram notificados 120 mil casos de hepatite C nos últimos 13 anos. O Ministério da Saúde brasileiro, porém, alerta que o número de pessoas que têm a doença deve ser bem maior: cerca de 1,4 milhão de pessoas. As regiões sul e sudeste concentram 86% das ocorrências registradas da hepatite C.
No país, pacientes portadores da doença podem receber tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2015, o Brasil adquiriu ainda novos medicamentos — Daclatasvir, Simeprevir e Sofosbuvir¬ —, responsáveis por um aumento de mais de 90% no índice de cura da hepatite. Estimativas que indicam que a terapia demore de três a seis meses para surtir efeito.
Para o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Joaquín Molina, a incorporação dos novos fármacos nos sistemas de saúde brasileiros obteve resultados positivos, que podem servir de exemplo para outros países das Américas.
Em toda a região, cerca de 7,2 milhões de pessoas vivem com hepatite C crônica. Desse contingente, apenas 25% já recebeu um diagnóstico da doença e apenas 300 mil recebem tratamento.
Com a intermediação da agência regional da ONU, Estados-membros do MERCOSUL negociam a compra conjunta de drogas de última geração. As quantidades de medicamento deverão ser fixadas pelos governos nacionais, de acordo com a demanda de cada país.
Os medicamentos mais modernos para combater a hepatite C podem beneficiar milhões de pessoas infectadas, pois, não só reduzem o risco de morte por cirrose ou câncer do fígado, como também desencadeiam menos efeitos colaterais.