10 de agosto de 2016
Estudos avaliam custos, consequências e como reverter os males da inatividade física

O alto custo da inatividade física no mundo, as consequências do comportamento sedentário e as possibilidades de anular seus maléficos efeitos para a saúde são os destaques da série de estudos sobre atividade física que acaba de ser lançada pela revista The Lancet. A primeira edição da série, lançada pela revista em 2012, classificou a inatividade física como pandemia e indicou que 31% dos adultos e 80% dos adolescentes eram inativos.
Um estudo da série de 2016 calculou que a epidemia global de inatividade física custa 67,5 bilhões de dólares só no ano de 2013, somados os custos diretos, com a assistência dos pacientes, e os indiretos, relacionados à perda de produtividade por morte prematura. O estudo analisou 142 países com abrangência de mais de 90% da população mundial. No Brasil, a estimativa é de cerca de 3,3 bilhões de reais em 2013 com gastos diretos e indiretos atribuídos à inatividade física.
Conforme o pesquisador visitante do Programa de Carcinogênese Molecular do Instituto Nacional de Câncer (INCA) Fernando Frajacomo disse ao Blog da Saúde, do Ministério da Saúde, a inatividade física é fator de risco para treze tumores, como câncer de mama, intestino, endométrio, esôfago de origem glandular, pulmão e fígado. Segundo ele, a atividade física atua em pelo menos três mecanismos para prevenção do câncer: na modulação do nível de açúcar no sangue, no nível hormonal e no controle do processo inflamatório.
O comportamento sedentário, caracterizado por longos períodos em que o indivíduo fica sentado no horário de trabalho e durante o tempo livre é preocupante. A boa notícia é que um comportamento ativo no tempo livre, com prática de 60 a 75 minutos diários de atividade física moderada a intensa pode anular esses malefícios.
A atividade física é importante não somente para a prevenção, mas também após o diagnóstico de câncer, pois auxilia o tratamento, diminui a mortalidade e melhora a qualidade de vida. Há estudos que indicam que para alguns tipos específicos de câncer de mama, o risco de morte é reduzido em 50% com a atividade física.