24 de agosto de 2016
Rede global de pesquisa sobre a resistência do Aedes aegypti a inseticidas

Pesquisadores de 15 instituições de 11 países, entre elas o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), integram uma nova rede global que pretende produzir um levantamento sobre a resistência aos inseticidas por mosquitos vetores de arboviroses – em especial o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Chamada de Worldwide Insecticide Resistance Network (WIN), a rede está alinhada aos objetivos de monitoramento e vigilância entomológica da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), também fazem parte do time instituições da França, Inglaterra, Portugal, Grécia, Estados Unidos, Índia, Tailândia, Guiana Francesa, Mali, Singapura e Irã.
Os especialistas pretendem investigar aspectos biológicos relacionados à resistência a inseticidas e identificar as regiões do planeta onde este fenômeno tem ameaçado o controle do Aedes aegypti. Para isso, será realizado um trabalho de revisão de publicações científicas e de relatórios técnicos regionais produzidos por instituições governamentais dos países membros e colaboradores do consórcio. A ideia é organizar o que já se sabe e explorar lacunas no conhecimento de temas relacionados ao controle do mosquito, focando na resistência a inseticidas e possíveis estratégias alternativas.
O amplo painel de especialistas também pretende discutir as tecnologias implementadas atualmente no controle vetorial, como o uso de mosquitos esterilizados, por exemplo. O mapeamento deve compor um relatório que será disponibilizado online, para livre acesso da comunidade científica e de gestores de programas nacionais de controle de insetos vetores. As informações levantadas poderão basear propostas de workshops e treinamentos voltados para técnicos, estudantes e gestores, considerando as diferentes realidades regionais.
Utilização consciente
A aplicação de inseticidas é uma das várias formas de evitar a proliferação de insetos. No entanto, o uso exacerbado da estratégia ocasiona a seleção de populações de insetos que são resistentes aos produtos, o que faz com que a eficácia seja comprometida. São poucas as opções de inseticidas eficientes e seguros para saúde humana e do meio ambiente recomendados pela OMS, o que mostra a importância do investimento em outras práticas de controle vetorial. O uso de inseticidas, portanto, é uma medida que deveria ser empregada de forma mais emergencial do que profilática.
Mais informações estão disponíveis no site da rede.