02 de setembro de 2016
OMS esclarece dúvidas sobre zika

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicaram uma nota de esclarecimento sobre o surto do vírus zika para tirar dúvidas da população acerca da doença. As informações, baseadas nas mais recentes evidências científicas, são sobre questões como vetores do zika, infecção por via sexual e distúrbios neurológicos em crianças infectadas durante a gravidez. Confira algumas delas:
O Aedes pode voar de um país ao outro ou de uma região a outra?
O Aedes aegypti não consegue voar por mais de 400 metros. Entretanto, existe a possibilidade de o mosquito ser transportado de um lugar para outro.
Por que a OMS está focando no Aedes como o principal vetor do zika? Ele é bastante conhecido para justificar a atual concepção do programa de controle de vetores?
Todos os estudos realizados até o momento na África, Ásia, Pacífico e Américas sustentam a conclusão de que o Aedes aegypti é o principal vetor e um mosquito da mesma família, o Aedes albopictus, é um potencial transmissor do vírus zika. Ambas as espécies se reproduzem e vivem perto ou dentro de habitações humanas, preferindo picar humanos a outros hospedeiros animais. Entretanto, pesquisas recentes realizadas no Brasil mostram que mosquitos Culex também podem transmitir o vírus, mas mais estudos sobre a potencial transmissão pelo Culex são necessários.
Mulheres podem transmitir o vírus zika para seus fetos durante a gravidez ou no momento do parto?
A transmissão do vírus zika de mulheres grávidas para seus fetos foi documentada. Por isso, mulheres grávidas em geral, incluindo aquelas que desenvolveram sintomas de infecção pelo vírus zika, devem procurar o serviço de saúde para acompanhar de perto a gestação.
Mães infectadas pelo vírus zika podem amamentar seus bebês?
Embora o vírus zika tenha sido detectado no leite materno, não há evidências de que o vírus possa ser transmitido de mãe para filho durante a amamentação. A OMS recomenda a alimentação de bebês exclusivamente com leite materno durante, pelo menos, os primeiros seis meses de idade.
O que as pessoas podem fazer para se protegerem da transmissão sexual do vírus zika?
Todas as pessoas que foram infectadas pelo vírus zika e seus parceiros sexuais – particularmente mulheres grávidas – devem receber informações sobre os riscos da transmissão sexual do zika, opções de métodos contraceptivos e práticas sexuais seguras. Quando viável, devem ter acesso a preservativos, fazendo seu uso correto e regular. Além disso, gestantes devem ser aconselhadas a não viajar para áreas onde surtos do zika estão em curso e se tiver parceiros sexuais que vivem ou retornam de áreas onde há transmissão local do vírus devem praticar sexo seguro ou se abster de relações sexuais durante a gravidez.
Também é recomendado aos casais ou mulheres que planejam engravidar e que vivam ou estejam retornando de áreas onde a transmissão do vírus zika é conhecida que esperem por pelo menos oito semanas até a tentativa de concepção; e seis meses, caso o parceiro masculino tenha apresentado sintomas de infecção. Já homens e mulheres em idade reprodutiva que vivem em áreas onde há transmissão local do vírus zika devem considerar adiar a gravidez e seguir as recomendações — incluindo o uso correto e regular de preservativos.
O vírus zika é uma causa da microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré?
Com base em um crescente corpo de pesquisas preliminares, há consenso científico de que o vírus zika é uma causa da microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré. Embora intensos esforços continuem a reforçar e refinar a ligação entre o vírus e uma variedade de distúrbios neurológicos dentro de um rigoroso quadro de investigação, uma corrente de estudos de casos notificados recentemente, bem como um pequeno número de estudos caso-controle e corte, apoiam a conclusão de que existe uma associação entre o vírus zika, a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré.
Existe uma ligação entre o zika e outros distúrbios neurológicos?
Relatórios de casos recentes sugerem que pode haver uma ligação entre o zika e outros distúrbios neurológicos, como mielite — inflamação da medula espinal — ou anormalidades cerebrais em varredura na ausência de microcefalia. A OMS e seus parceiros têm agido com base nos relatórios emergentes sobre outras manifestações neurológicas e a avaliação das evidências para essas condições está em curso, assim como para microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré.
Confira a nota de esclarecimento na íntegra aqui.